O governador Ronaldo Caiado sugeriu hoje (14/01) que a Enel Goiás, empresa italiana que comprou a Celg D em 2017, aceite vender a sua concessão de distribuição de energia elétrica no Estado para a multinacional portuguesa EDP, que atua nos mercados de São Paulo e do Espírito Santo. O anúncio foi feito pelo próprio governador […]
O governador Ronaldo Caiado sugeriu hoje (14/01) que a Enel Goiás, empresa italiana que comprou a Celg D em 2017, aceite vender a sua concessão de distribuição de energia elétrica no Estado para a multinacional portuguesa EDP, que atua nos mercados de São Paulo e do Espírito Santo. O anúncio foi feito pelo próprio governador após reunião hoje com diretores da Enel, que não deram declarações sobre o assunto.
Na entrevista para a imprensa, o governador considerou que a Enel já se comprometeu a realizar investimentos e melhorar a prestação de serviços no Estado, mas não teria cumprido os acordos firmados. Ronaldo Caiado disse ainda que que pretende buscar junto ao presidente Jair Bolsonaro uma solução mais eficiente, que seria a transação de ativos entre a Enel e outra instituição que possa fazer a distribuição de energia elétrica com mais qualidade, em Goiás.
“Nós preferimos trazer outra empresa”, enfatizou Caiado. E citou o nome da “pretendente”: a multinacional portuguesa EDP, que atua na distribuição de energia elétrica em São Paulo e Espírito Santo. Mas o próprio governador disse que os diretores da Enel não concordaram com a ideia de vender a operação em Goiás.
Com a negativa dos diretores da Enel, o governador disse que pedirá auxílio para a negociação ao Ministério de Minas e Energia, ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma vez que a crise energética impede o desenvolvimento econômico e social de Goiás. “Eles insistem em dizer que vão investir e nós já não acreditamos mais nessa história que vem se repetindo desde 2019”, reforçou Caiado.
O litígio entre Ronaldo Caiado e a multinacional Enel vem desde a privatização da Celg D, mas aprofundou no ano passado quando ele assumiu o governo de Goiás. Em 2019, a sua principal proposta foi de promover a encampação da empresa no Estado, ou seja, de reestatizar os serviços de distribuição de energia elétrica em Goiás para, depois, promover uma nova licitação de privatização. A proposta não foi bem recebida pelo Ministério de Minas e Energia e pela Aneel. A Assembleia Legislativa, com influência do governador, chegou a apresentar um projeto de lei para a encampação da Enel. Mas a matéria, questionada por especialistas e juristas, não chegou a tramitar na Assembleia.
O próprio governador enfatizou hoje que a sua nova proposta teria maior viabilidade jurídica do que o projeto de encampação da concessão da Enel Goiás. “Não é preferível nós fazermos o entendimento onde as duas partes vão resolver o assunto ao invés de ter uma queda de braço, um processo judicial, uma encampação, um processo de caducidade?”, indagou.
O problema é que, para uma negociação desta avançar, todas as partes envolvidas têm de concordar com ela. Secretário estadual de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), Adriano da Rocha Lima enfatizou esta questão. “É um processo que já aconteceu várias vezes no Brasil, nesse processo todo de privatização, troca de controles. Não é algo que seja complicado. Agora, obviamente eles (a direção da Anel) precisam concordar com esse processo para que avance a possibilidade”, explicou.