sexta-feira, 3 de maio de 2024
Mercado vegano em Goiás é recente e pouco explorado

Mercado vegano em Goiás é recente e pouco explorado

Embora seja um segmento em franca expansão no Brasil, em Goiás existem apenas 5 restaurantes veganos.

28 de agosto de 2022

Mauro e Juliane Almeida, do Be Green Vega, apostam no crescimento da alimentação vegana

O mercado de restaurantes veganos está em plena expansão no Brasil, puxado pelo aumento no número de vegetarianos, veganos e adeptos da redução do consumo de carne. Mas em Goiás ainda é relativamente novo. Atualmente, segundo a Abrasel-GO, existem apenas cinco restaurantes no Estado, embora em outros centros esse número seja maior, como em São Paulo, que passa de 200 estabelecimentos.

Antes de pensar no cardápio que contemple o crescimento desse público, é preciso ter clareza sobre as diferenças entre os consumidores veganos e vegetarianos. Vegetarianos são as pessoas que escolhem uma alimentação livre de quaisquer carnes (porco, boi, aves, peixes, crustáceos, etc).

Já os veganos, além das carnes e partes dos animais (gelatina e óleo de peixe, por exemplo), não consomem nada de origem animal, incluindo leites e derivados (queijos, iogurte, manteiga, etc), ovo, mel de abelha e até mesmo corantes de origem animal utilizados em alguns produtos.

Be Green Vegan

O restaurante Be Green Vegan, maior representante do segmento em Goiânia, tem uma média de 80 clientes por dia, com um faturamento mensal de R$ 70 mil. Mauro Almeida e Juliane Almeida, proprietários do restaurante, contam que a ideia veio de uma necessidade do casal. “Tinha sempre que ir para outros centros para comer bem. Como veganos desde 2014, sentimos ser uma carência de Goiás”, relata Mauro.

O empresário conta que aprovação do público foi surpreendente. “Na verdade, imaginei que seria mais difícil, por não termos essa cultura alimentar ainda. Contudo, inauguramos em novembro de 2020 e até sobrevivemos à um lockdown em 2021”, afirmou.

O restaurante funciona durante o dia, em horário comercial, mas a partir dos próximos meses também funcionará à noite. Mauro afirma que começaram com quatro funcionários e hoje são oito pessoas trabalhando. “Esse nicho irá crescer bastante, pois é uma tendência global. Estamos começando a estruturar uma expansão, inclusive viabilizando um modelo para shoppings, que não possuem opções assertivas para o público”, afirma.

Diz sem carne

Apesar de não haver números atualizados sobre a quantidade de vegetarianos e veganos no Brasil, uma pesquisa realizada pela consultoria Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC – antigo Ibope), encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), constatou que 46% dos brasileiros já deixam de comer carne por vontade própria pelo menos uma vez na semana e mais de 30% escolhem opções veganas em restaurantes quando essa informação é destacada no cardápio.

Nos Estados Unidos, segundo pesquisa da Nielsen, houve crescimento de 8,1% do mercado vegano somente em 2021, movimentando US$ 3,1 bilhões. Já no Brasil, no mesmo período, esse segmento deu um salto de 40%, de acordo com cartilha desenvolvida pela SVB.

Estudo realizado pela consultoria Galunion mostra ainda que no País, 98% dos consumidores veganos e vegetarianos se alimentam fora de casa, sendo que 59% fazem ao menos duas vezes por semana, priorizando o almoço (mais de 70% dos entrevistados). Embora os números apontem uma evolução na demanda, ela ainda é limitada no mercado da AFL.

O Sebrae lembra que a alimentação vegana surgiu para minimizar impactos ambientais, através de um novo sistema alimentar, mais consciente, mais inclusivo, mais amplo e menos baseado em monocultura. Sendo a reinvenção da indústria de alimentos em benefício do planeta, a partir da inovação e da criatividade, sem perde sabor, afetividade e nutrientes e, especialmente sem permitir que as pessoas percam a conectividade que têm com o que gostam de comer.

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