sexta-feira, 11 de outubro de 2024
BC deve lançar o real digital ainda em 2023

BC deve lançar o real digital ainda em 2023

O real digital não será uma criptomoeda, como o bitcoin. Será uma moeda digital emitida pelo BC e repassada aos usuários por meio das instituições financeiras.

19 de fevereiro de 2023

O Banco Central promete lançar o real digital ainda neste ano, mesmo que em projeto piloto. Ainda no primeiro semestre, o BC pretende testar a privacidade e segurança da rede. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, afirmou que o projeto prevê também unir o real digital com o Pix e o Open Finance até 2024. Tudo começou em 2020, quando o primeiro grupo de estudos foi formado pelo BC.

O real digital não será uma criptomoeda, como o bitcoin. Será uma moeda digital de banco central, ou CBDC, na sigla em inglês, emitida pelo BC e repassada aos usuários por meio das instituições financeiras. Seu valor será estável em relação à moeda atual. Para quem não tem conta bancária, será possível guardá-lo em uma carteira digital. Ou seja, é como o real de papel ou metal, só que digital.

“O grupo de trabalho da moeda digital está em fase avançada. Estamos começando a falar sobre a tecnologia que vai ser usada”, disse Campos Neto em evento na semana passada.

Ainda há poucas informações sobre o futuro real digital. Entretanto, tudo indica que, ao mesmo tempo que teríamos cédulas e moedas, também teríamos uma versão equivalente digital para movimentarmos de maneira totalmente virtual. Aliás, com custos reduzidos e maior eficiência.

Principal uso

Seu principal uso deverá ser dedicado para transações no varejo, essencialmente pagamentos. Deve funcionar até mesmo offline e traria suporte para pagamentos com cartões e de maneira completamente digital. O real digital está sendo pensada também para pagamentos transfronteiriços a fim de facilitar movimentações internacionais digitais.

Além disso, tem potencial para a aplicação de novas tecnologias, como smart contracts, internet das coisas e dinheiro programável. São novos modelos de negócio, que aumentam a eficiência do sistema de pagamentos do Brasil.

As moedas digitais de bancos centrais (CBDC) vêm sendo desenvolvidas por pelo menos 90 países, incluindo o Brasil, e prometem mudar completamente a forma com que se faz política monetária no mundo. Em alguns casos, governos poderão enviar dinheiro diretamente para o cidadão, sem intermediação de bancos. Essa inovação bebe da fonte do Bitcoin (BTC), a primeira moeda nativamente digital do mundo, que roda em uma rede própria e sem dono, chamada de blockchain.

Mas, o Banco Central já frisou por diversas vezes que o real digital não será uma criptomoeda. As características exatas da tecnologia ainda não estão definidas, e deverão ser melhor esclarecidas ao longo deste ano. De resto, o que se sabe é que o real digital irá tentar espelhar alguns dos novos serviços financeiros que nasceram com os criptoativos – e, por mais que não seja uma cripto, o real digital deve ter algumas similaridades com esses ativos.

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