Das 50 maiores empresas contribuintes do ICMS em Goiás, apenas 7 têm sede no Estado. Destas, apenas uma se mantém no ranking em quase 20 anos.
Das 50 maiores empresas contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em Goiás, apenas 7 têm sede no Estado. No ano passado, as receitas com o imposto (que representa 67% da arrecadação de todos os tributos no Estado) somou R$ 24,2 bilhões. As maiores arrecadações foram de empresas de combustíveis, energia elétrica, telecomunicações, bebidas e veículos, que respondem por mais de 70% da arrecadação do ICMS.
Mas de onde são as empresas que mais recolhem ICMS em Goiás? Segundo levantamento do EMPREENDER EM GOIÁS (EG), com base nos dados da Secretaria da Economia do Estado, somente 20 empresas genuinamente goianas estão entre os 100 maiores contribuintes. As demais são empresas de grande porte do Brasil, a maioria com sede no Sudeste do País, ou multinacionais.
Quando se reduz esta lista para os 50 maiores contribuintes de ICMS, o número de empresas goianas é de apenas 7. Trata-se, praticamente, do mesmo quantitativo de 2005. Naquele ano, dos 50 maiores contribuintes do maior imposto estadual, 6 eram companhias com sede no Estado. O que mudou de lá para cá foram as empresas que ainda se mantém neste ranking e seu perfil econômico.
Uma única empresa goiana se mantém no ranking dos 50 maiores contribuintes de ICMS: a indústria Refresco Bandeirantes, que ocupa o 18º lugar. É apenas uma posição a menos do que tinha em 2005. Com sede em Trindade, a empresa, do Grupo José Alves, produz e distribui bebidas. Entre elas, a Coca-Cola.
Por outro lado, seis empresas goianas são novatas neste ranking. Duas delas atuam no setor do agronegócio: a cooperativa Comigo (26º lugar) e a JBJ Agropecuária (27º). Duas são indústrias do segmento de laticínios e derivados: Laticínios Bela Vista (29º lugar) e GoiásMinas (46º). Na 32ª posição está a atacadista JC Distribuidora e, na 38ª posição, a recém-criada Santo Antônio Indústria, Comércio, Logística e Armazenagem, com sede em Jataí.
Há 18 anos, a maior empresa com sede em Goiás era estatal: a Celg Distribuição, privatizada em 2017 e hoje controlada pela multinacional Equatorial Energia. Portanto, embora tenha ainda sede em Goiânia, não pode ser mais considerada uma empresa goiana, porque é controlada por uma companhia de outro Estado. Aliás, de outro país. Mas, como em 2005, a distribuidora de energia elétrica continua sendo a segunda maior contribuinte de ICMS no Estado, perdendo apenas para a Petrobras (1ª há mais de duas décadas).
A segunda empresa goiana que mais arrecadou ICMS em 2005, a Panarello Distribuidora, também é hoje controlada por uma multinacional: a alemã Celesio. Outra empresa goiana, a Coniexpress, que produzia os codimentos da marca Quero, teve o mesmo destino: foi comprada pela multinacional americana Heinz. Era, há 18 anos, a 49ª empresa que mais arrecadava o imposto estadual.
Outras duas empresas goianas daquela época continuam firmes no mercado e com controladas por empresários goianos, mas nos últimos anos perderam muitas posições no ranking dos maiores contribuintes de ICMS. As redes varejistas Novo Mundo (era o 39º maior contribuinte em 2005) e Fujioka (46º). No ano passado, o Novo Mundo foi o 100ª maior contribuinte.
Leia também: Comércio goiano emite quase 1 bilhão de notas fiscais