segunda-feira, 6 de maio de 2024
Empresários goianos esperam queda da Selic

Empresários goianos esperam queda da Selic

Os empresários goianos esperam que o Banco Central comece a promover redução, ainda que pequena, da taxa básica de juros.

22 de março de 2023

Mabel: “Não há como fazer investimento com um juro como esse”

Os empresários goianos manifestam expectativa pela redução, ainda que bem pequena, na taxa básica de juros, a Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) decide nesta quarta-feira sobre a taxa, hoje em 13,75% ao ano. O encontro acontece em um momento de intensa pressão, em que o mercado aposta na manutenção da Selic pela quinta vez consecutiva e o governo e representantes do setor produtivo defendem a redução.

Presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Sandro Mabel defende que a redução de juros deve ser imediata. “Precisamos no Brasil de decisões claras e urgentes. Temos os juros que o presidente da Fiesp (Josué Gomes) define como ‘pornográficos’ e é uma coisa que pode ser modificada a curto prazo”, afirma. Mabel pontua que juro baixo no Brasil hoje é de 20%, que corresponde a 6% mais a taxa Selic. “Isso para o bom pagador, que leva garantia. Não há como fazer investimento com um juro como esse”, frisa.

Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO, diz que o seu setor não tem expectativa de redução da taxa básica de juros da economia nessa reunião do Copom. “Principalmente porque a nova âncora fiscal ainda não foi anunciada”, justifica. “Achamos que deve permanecer nos mesmos 13,75% atuais”. Para ele, a taxa atual, muito alta, desestimula o investimento. “Enquanto ela não baixa, uma das alternativas são as cooperativas de crédito que tradicionalmente oferecem menores taxas de juros aos seus associados”, sugere.

Comércio

Presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi diz que os integrantes do setor de comércio de bens, serviços e turismo estão na expectativa de redução. No entanto, destaca que isso depende da economia do País. “A taxa está diretamente ligada às perspectivas inflacionárias e creio que o aumento da inflação é um prejuízo muito maior para a maioria da população brasileira”, avalia. Por outro lado, Baiocchi pondera que uma taxa alta inibe o investimento. “Não acredito que será uma baixa significativa, mas algo entre 0,25 e 0,75 ponto”, aposta.

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO), Valdir Ribeiro, observa que a queda na taxa básica de juros pode representar um importante gatilho para recolocar a economia, de fato, nos trilhos. “Esperamos que essa reunião do Copom termine com o anúncio de corte na taxa Selic”, afirmou, acrescentando que as empresas, inclusive as do comércio varejista, sofrem os prejuízos da baixa oferta de crédito, provocada pelos juros altos.

A tendência de manutenção da taxa nos atuais 13,75% é consenso entre mais de 100 consultorias e instituições financeiras. O índice atual é um dos mais elevados do mundo e o mais alto desde janeiro de 2017. Foi congelado em agosto de 2022, após um ciclo de altas iniciado em 2021, quando atingiu o piso recorde de 2% para estimular a economia, em meio à pandemia de Covid-19.

Saiba mais: BC deve manter elevada a taxa básica de juros

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One thought on “Empresários goianos esperam queda da Selic”

  1. Te adianto que não irá acontecer, por dois motivos: primeiro em razão do governo federal, insistir em não colocar a responsabilidade fiscal, como peça prioritária, de seu governo. Segundo pelo cenário internacional de instabilidade, com destaque para a alta de juros no mercado americano, que quando ocorre, preciona o mercado de câmbio, desvalorizando o real.

    Se por um lado a desvalorização do real, amplia as exportações por outra traz o risco de aumento da inflação, devido a majoração dos custos operacionais, que são repassados em cadeia para os preços no varejo.

    Na minha opinião a taxa Selic será mantida, só iniciando um viés de queda, quando o mercado conhecer o teor do arcabouço fiscal e esse de fato se mostrar factível para a redução do déficit fiscal.

    Pressão dos setores da atividade econômica e do governo, por si só, não farão com que um BACEN independente, dê início a queda dos juros básicos da economia.