Os investimentos mais expressivos são nos setores de mineração, fármacos (especialmente distribuição) e energia solar.
Os investimentos privados realizados e pactuados com o estado de Goiás nos últimos dois anos chegam a R$ 20 bilhões. Os mais expressivos são os de empresas dos setores de mineração, fármacos (especialmente distribuição) e energia renovável. Só em fazendas solares, grandes fundos de investimentos estão investindo R$ 6 bilhões. As informações são do secretário de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Joel de Sant’Anna Braga Filho, em entrevista exclusiva ao EMPREENDER EM GOIÁS (EG).
Sobre as fazendas de energia solar, o secretário informa que fundos da Gerdau, da XP e da Shell estão investindo, no total, mais de R$ 3,8 bilhões em Paraúna, Luziânia e outros municípios. “Este valor aumenta se somarmos os pequenos investimentos, de até R$ 30 milhões, que a iniciativa privada tem realizado em usinas solares menores” diz o secretário. São usinas de até 5 kWh.
Mesmo com preço baixo no mercado atualmente, Joel destaca a necessidade estratégica de energia para o estado. “Goiás deveria ter crescido mais nos últimos dez anos. Só não aconteceu por falta de energia”, enfatiza. Como exemplo, ele cita a nova fábrica de produtos de limpeza do Grupo José Alves, em Trindade (GO). Ela deveria ter sido inaugurada em agosto do ano passado, mas a produção só começou janeiro deste ano. “Foi um investimento de mais de R$ 300 milhões. A fábrica estava com 300 funcionários trabalhando com gerador, perdendo matéria-prima por falta de energia”, diz Joel Sant’Anna.
Outro setor que tem realizado investimentos significativos em Goiás é o de fármacos: R$ 5 bilhões. A Hypera Pharma é responsável por cerca de R$ 2 bilhões. Já a Geolab, investe R$ 300 milhões na fábrica de líquidos e a Vitamedic mais de R$ 500 milhões em ampliação. “Temos outros, que vão completar o cluster de medicamentos”, adianta Joel Sant’Anna. Um deles é o laboratório italiano Zambon, em Aparecida de Goiânia.
A mineração tem recebido investimentos que somam outros R$ 5 bilhões. Eles estão distribuídos da seguinte forma: Hochschild, R$ 1 bilhão em Mara Rosa; Anglo American, R$ 2,5 bilhões em Barro Alto e Niquelândia; Wave Nickel, recuperando o parque que era da Votorantin, com mais R$ 1,5 bilhão em Niquelândia. “Somando com os investimentos de outras quase 70 pequenas e médias empresas, o resultado supera os R$ 5 bilhões”, frisa Joel Sant’Anna.
Outros investimentos contabilizados pelo secretário são com instalações de fábricas, como a de trator Sinomach, em Aparecida de Goiânia, e a Maquigeral, em Itumbiara, ambas chinesas. Joel Sant’Anna conta que o Grupo Caramuru vai inaugurar neste mês a fábrica de proteína para piscicultura, que abastecerá países do leste asiático, e fará investimento de R$ 250 milhões na ampliação de sua fábrica em Itumbiara.
Leia também: Caiado: “Goiás é um ótimo lugar para se investir”