sexta-feira, 3 de maio de 2024
Nos próximos dois anos, a multinacional chinesa vai investir R$ 3 bilhões na produção carros e caminhões elétricos no Brasil.
Com a meta de ser a maior montadora de veículos nos próximos cinco anos no Brasil, a chinesa BYD tem pisado fundo no acelerador. No próximo mês, começam as obras da fábrica de carros de passeio elétricos e híbridos flex fluel em Camaçari (BA), onde funcionava a Ford. Além disso, haverá uma nova unidade de chassis de ônibus elétricos (a outra é em Campinas-SP) e outra de caminhões elétricos.
O início das operações está previsto para o último trimestre de 2024. O chairman mundial e presidente da BYD Global, Wang Chanfu virá ao Brasil para o lançamento da pedra fundamental da fábrica em outubro próximo. Além da CEO das Américas, Stella Li, entre outras autoridades.
Nos próximos dois anos, a empresa vai investir R$ 3 bilhões na fábrica de carros e caminhões elétricos. Além de chassis de ônibus na Bahia e nas atuais fábricas de baterias (Manaus) e de chassis de ônibus elétricos (Campinas-SP). Também haverá investimentos na expansão de concessionárias.
As informações são do empresário goiano Alexandre Baldy, presidente do Conselho de Administração da BYD no Brasil. Ele exerceu mandato de deputado federal por Goiás, chefiou o Ministério de Cidades no governo Temer e a Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo. Atualmente também é presidente da Agência Estadual de Habitação, do governo de Goiás.
Fundada em 1995, a multinacional chinesa ocupa atualmente a posição de maior montadora de veículos eletrificados no mundo. Deixou a norte-americana Tesla para trás, ao produzir mais de 5 milhões de veículos. Apenas na China, vende 250 mil carros por mês, o equivalente ao mercado paulista em um ano.
Ela chegou ao Brasil há dois anos e já tem 29 concessionárias nas principais capitais e cidades, inclusive em Goiânia. Deverá fechar o ano com o total de 100 lojas. Entre as cidades goianas que receberão concessionárias da BYD, até 2024, estão Anápolis, Aparecida de Goiânia, Rio Verde, Itumbiara e Catalão.
Baldy diz ao EMPREENDER EM GOIÁS (EG) que a BYD pretende vender carros, no segmento elétrico, com preços inferiores a R$ 150 mil. O objetivo é se consolidar como a maior marca neste segmento no País. “A tendência do mercado é oferecer veículos eletrificados mais baratos”, diz.
Em agosto, a BYD já ficou em primeiro lugar no ranking de emplacamentos de veículos 100% elétricos. Começaram a rodar 656 carros pelo País, seis vezes a mais do que a segunda colocada. Os dados são da Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE).
Atualmente, são importados da China cinco modelos (TAN, HAN, YUAN Plus, Dolphin e, agora, o SEAL, lançado na semana passada no Brasil). Na fábrica da Bahia, serão produzidos, inicialmente, 150 mil veículos/ano elétricos e híbridos. A começar pelos modelos BYD Song PHVE Flex e o BYD Dolphin para atender todo o mercado da América do Sul. Porém, nos próximos cinco anos, serão ao todo seis modelos. No parque fabril, serão gerados 5 mil empregos diretos.
Alexandre Baldy afirma que, no próximo ano, a montadora vai lançar uma picape híbrida. Com a meta de concorrer com caminhonetes Toyota Hilux, Chevrolet S-10, Nissan Frontier e Ford Ranger. O lançamento mundial será no Brasil. “Isto demonstra, mais uma vez, a importância do mercado brasileiro para a BYD”, destaca o goiano.
Atualmente, a BYD, além de importação de automóveis eletrificados, tem operações industriais em Campinas com uma fábrica de chassis de ônibus elétricos. Também tem uma fábrica de baterias de fosfato de ferro-lítio, em Manaus (AM), e uma de módulos fotovoltaicos, também em Campinas. A montadora de carros eletrificados de Camaçari será a primeira da empresa chinesa fora da Ásia.
Em 2021, a BYD, sigla em inglês Build Your Dreams, que em português significa Construa seus Sonhos, registrou uma receita de US$ 33,5 bilhões. Ela está presente em 70 países.
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