segunda-feira, 29 de abril de 2024
Trabalho presencial ainda gera resistências

Trabalho presencial ainda gera resistências

Pesquisa aponta que 64,4% das pessoas que trabalhavam em home office e voltaram ao presencial sentem que a qualidade de vida piorou.

23 de novembro de 2023

Estar presencialmente no escritório era imprescindível até poucos anos atrás em muitas empresas. Porém, após o fim da pandemia, diversos profissionais passaram a ter novas prioridades. O que colocou o modelo de trabalho como um critério para aceitar ou não uma proposta de emprego. Até porque, 64,4% das pessoas que trabalhavam em home office e precisaram voltar ao presencial sentem que a qualidade de vida piorou. Segundo pesquisa realizada pelo Infojobs e Grupo TopRH, com a participação de 1.008 respondentes no Brasil.

O levantamento ainda mostrou que a maior parte (58,3%) se sente menos produtiva ao final de um dia de trabalho presencial. Enquanto isso, apenas 21,3% se sente mais produtivo. Muito disso porque 73,9% dos participantes afirmam que o RH da empresa não criou ações visando uma melhor gestão e engajamento nesse processo de retomada.

“Os resultados revelam um enorme desafio que os RHs já estão tendo que administrar e que tende a ficar ainda maior no futuro próximo. A maioria das empresas parece querer voltar ao mundo pré-pandemia, sendo que poucas consultaram as pessoas se era isso que queriam”, comenta Daniel Consani, CEO do Grupo TopRH.

Em 78,5% dos casos, a empresa não consultou a opinião do colaborador antes de retornar ao modelo de trabalho presencial ou híbrido. Dos respondentes, 47,2% trabalham no formato 100% presencial, 33,2% no modelo híbrido e 19,5% atuam de forma 100% remota. Entre os que atuam em algum formato que contempla idas presenciais, 55,7% afirmam que vão presencialmente de 5 a 6 vezes por semana, e 23,7% de 3 a 4 vezes.

Iniciativas

A pesquisa mostrou pouquíssimas iniciativas do setor para reverter os impactos negativos. Nos casos em que alguma ação foi criada, os destaques foram: horário flexíveis (23,1%), ações pensando em bem-estar e saúde mental (21,8%) e restauração do escritório (18,4%).

Nesse cenário, 58,4% dos participantes dizem que gostariam de mais dias de trabalho remoto e menos presenciais. Além disso, 85,3% afirmam que aceitaram uma proposta de trabalho que tivesse mais dias de home office, reforçando o maior interesse dos profissionais em atuar nesse modelo.

“Muitas vezes, o trabalhador gasta duas ou três horas para chegar ao local de trabalho, não só por distância, mas trânsito também. O profissional fica cada vez mais cansado, com menos tempo para fazer um curso, ficar com a família, ter um momento de lazer, relaxar ou outra atividade prazerosa, o que pode refletir positivamente no desempenho. Mas a ausência dessas rotinas que se tornou mais comum na pandemia prejudica a qualidade de vida. Foram criadas pouquíssimas iniciativas. O foco precisa proporcionar maior equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional. Além de criar ações de engajamento, como treinamentos para o desenvolvimento e interação dos colaboradores”, comenta Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.

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