Depois da forte valorização entre 2019 e 2023, os preços dos imóveis rurais registram retração por serem indexados aos das comodities.
Os preços das terras rurais em Goiás, a exemplo do que ocorre em todo o Brasil, estão em queda neste início de ano. “Há uma depressão nos valores das terras rurais. Como são indexados aos preços das comodities, a liquidez está baixa”, afirma o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, ao EMPREENDER EM GOIÁS.
De 2019 a 2023, segundo ele, as cotações de terras passaram por um boom expressivo. Influenciadas pelos preços das commodities agropecuárias, que estavam em alta, e das taxas de juros menores, em determinado momento. Fabbri afirma que o cenário não é negativo para todos. Segundo ele, para aquelas pessoas ou empresas que têm dinheiro em caixa há oportunidades de negócios para compra de terras a preços mais atrativos.
Diretor da Tropical Urbanismo, Paulo Roberto da Costa diz que na região de Rio Verde o alqueire de terra consolidada chegou a ser vendido por até R$ 900 mil. Atualmente, não passa de R$ 500 mil. Nas regiões Norte e Nordeste do estado a desvalorização da terra foi menor. Há três anos, o alqueire estava avaliado em R$ 200 mil. Agora, R$ 140 mil.
No ano passado, o quadro era bem diferente. As cotações das terras rurais no Estado tiveram uma valorização média de 18,4% em 2023, em relação aos últimos três anos. Segundo relatório de Terras da Scot Consultoria. Para as terras de pastagem, o Sul de Goiás continua com os preços mais altos por hectare. Com a média de R$ 34,7 mil, impulsionado pelo forte crescimento da agricultura na Região.
No Leste Goiano encontram-se as terras para pastagem com preços mais acessíveis para compra, na faixa de R$ 19,7 mil o hectare. Para áreas de agricultura, o Sul/Sudoeste detém os preços mais altos por hectare. Com a média de R$ 87,3 mil, sendo o município de Rio Verde o grande destaque. Por outro lado, no Noroeste Goiano encontram-se as terras para agricultura com preços mais acessíveis para compra. Na faixa de R$ 35, 7 mil o hectare.
Embora os preços dos imóveis rurais estejam em queda, os negócios continuam fluindo em Goiás. As compras nesta área têm sido impulsionadas por investidores fora do agronegócio como empresas do mercado financeiro e outros
“No entanto, há um temor dos empresários do ramo imobiliário de que, a persistir este cenário, a economia goiana sofra impacto negativo muito grande já que a sua mola mestra é a agropecuária”, frisa Fabbri.