sábado, 18 de maio de 2024
Goiás conta com mais de 180 negócios ativos. Ideias inovadoras abrangem diversas áreas, como saúde, meio ambiente e tecnologia.
Goiás tem se tornado um grande berço em soluções inovadores e, consequentemente, na abertura de startups. E tem ideias em todas as áreas, como saúde, meio ambiente, tecnologia. Enfim, um grande celeiro e que tem transformado a vida das pessoas. Dados do Hub Goiás revelam que o estado conta com cerca de 180 modelos de negócios goianos caracterizados de forma abertos.
Uma delas é a Predict Ai, fundada por Fabrício Silva. A empresa desenvolveu um sistema que consegue fazer a predição de casos de dengue no estado. A assertividade da ideia foi tamanha que a plataforma conseguiu precisar mais de 80% dos casos registrados em alguns municípios goianos. Ele explica que a ideia surgiu com o objetivo de utilizar a inteligência artificial para ajudar na construção de soluções inovadores.
Até então, Fabrício realizava a inteligência artificial para a criação de cosméticos. Mas viu que as soluções poderiam se expandir após participar do programa Govtech, promovido pelo HUB Goiás. Na ocasião, Fabrício e sua equipe, que somam três pessoas, receberam algumas demandas da Secretaria de Estado de Saúde. A pasta buscava entender como a Inteligência Artificial poderia ajudar na vigilância de saúde de arboviroses.
A partir daí, Fabrício se baseou em dados consolidados de casos registrados pela doença nos 246 municípios goianos nos últimos dez anos. E ainda registros referentes ao clima, como o volume de chuva em Goiás. “O objetivo de tudo isso é encontrar saídas de novas variáveis do comportamento do mosquito, sorotipo e fazer uma integração no painel das SES para que haja um aperfeiçoamento com essas informações”, afirma.
A expectativa ainda vai além, já que, segundo ele, a plataforma tende ajudar na elaboração de políticas públicas e melhor gerenciamento de trabalhos e recursos no combate e tratamento da doença. “Esse ano tivemos recordes de casos de dengue. Se essa plataforma estivesse pronta ano passado, a gente teria evitado o que aconteceu neste ano. Desse modo, a Secretaria da Saúde poderá se preparar melhor para agir melhor em todo momento”, ressalta.
Fabrício também conta que já está sendo trabalhado o uso de imagens de satélite como aliada para identificar possíveis focos do mosquito para que haja um combate ainda mais assertivo contra a doença.
Eduardo Paiva também viu a importância de criar um sistema para ajudar na conferência dos trabalhos na construção civil. A partir daí, nasceu a Melius Qualidade, que tem como objetivo ajudar na realização do checklist final de cada obra. O intuito é manter a qualidade do trabalho da empresa. Com isso, todo o sistema é capaz de fazer esse gerenciamento para identificar diretamente o que está certo e o que precisa ser melhorado.
A atitude, segundo ele, tem como objetivo acelerar o processo de verificações por parte dos engenheiros. Além de ser uma atitude sustentável, já que reduz a utilização do papel na obra. Ele destaca que, em obras verticais, são mais de 40 mil verificações realizadas durante o processo.
“É um volume muito grande de verificações e de papel que a gente elimina. Além de você ter uma maior segurança nessa informação. Humanamente, é impossível conseguir acompanhar todas essas inspeções de forma tradicional”, destaca.
Atualmente, a startup está presente em 54 obras em Goiás e em mais oito estados. O objetivo da empresa é fechar 2024 com 100 obras ativas. Tudo isso, segundo Eduardo, foi possível graças a parcerias, como recursos vindo do Centelha, Ministério da Ciência e Tecnologia, e das orientações do HUB Goiás.
“O HUB tem tido um papel importante para a gente também se motivar e ver que a gente está no caminho certo, no caminho da inovação, do empreendedorismo”, destaca.
De acordo com Karol Fernandes, gerente de Inovação do Hub Goiás, as startups se configuram por ter um modelo ágil de atuação e desenvolvimento de soluções. O que acaba por acelerar o desenvolvimento de muitos projetos e deve ter menos de 10 anos, segundo o marco legal das startups. Passou desse tempo, ela já passa a ser reconhecida como empresa inovadora.
Goiás tem sido atrativo por contar com uma economia muito diversificada, o que se torna um diferencial no estado. Karol ainda elenca que o estado conta com várias instituições de ciência e tecnologia que apoiam nessa conexão e desenvolvimento de negócios, que é uma parte muito importante para o desenvolvimento de uma startup de base tecnológica.
“Goiânia tem o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA), da Universidade Federal, né? Que é destaque nacional, tem o primeiro bacharelado, conta hoje com mais de 400 pesquisadores. E tem uma capacidade incrível de desenvolver soluções, conectar e apoiar aí nesse desafio, esse desafio da inovação. Tem a Embrapa, Senar, Sebrae, Senai, Senac, as associações, federações e os HUB’s privados”, relembra
Para Emília Pires, analista do Sebrae, as startups, por serem empresas menores, acabam desenvolvendo soluções mais baratas, o que acaba sendo mais acessível à sociedade. O Sebrae já orientou 80 empresas do tipo.
“Quando você pensa numa inovação que nasce de uma grande empresa, essa inovação, às vezes, vem com um valor muito alto, que é para pagar todos esses custos. Por isso, as startups trazem um desenvolvimento maior para a região que ela está inserida e, com o seu crescimento, elas podem criar novos empregos e empregos qualificados”, reforça.
Emília destaca que o Sebrae tem sido um ótimo parceiro das startups com diversas ações de apoio. Tanto para as empresas que estão em fase de ideação, quanto para quando ela começa a conquistar novos clientes. Para a primeira fase, tem o Go Jovem, que é um programa de capacitação de empreendedores jovens.
“Nós temos o Startup Day, que é uma ação que acontece em nível nacional em todos os estados que contam com o Sebrae e além do prêmio Sebrae Startup, com seleção de 1 mil startups e com oportunidade de receberem até R$ 300 mil em prêmios, mais reconhecimento exclusivo”, afirma.
