O Ponto de Cultura Boa Nova, além de produzir objetos de cerâmica, estimula a iniciação profissional em cerâmica, informática e esportes.
É da cidade de Ipameri, localizada a 200 quilômetros de Goiânia, que saem mensalmente quase 11 mil peças em cerâmica terracota (argila vermelha), de baixa temperatura (900º). São vasos, jarros, potes, floreiras, e objetos em esmalte, levados a alta temperatura (1.240º), como xícaras, pratos e cumbucas.
De lá também tem despontando empreendedores do ramo de cerâmica e despertado futuros profissionais para o ramo da informática.
A Organização Não Governamental (ONG) Ponto de Cultura Boa Nova é a incubadora para os empreendedores do ramo de cerâmica. Os objetos de cerâmica, terracota e de esmalte estão à venda em diversas lojas de decoração de Goiás e Distrito Federal. Além das unidades da rede Leroy Merlin em todo o Brasil.
O Ponto de Cultura Boa Nova é a única escola de Goiás que ensina a fazer cerâmica em torno e outros objetos em terracota. No local, uma equipe de 25 funcionários – a maioria ex-alunos – ensina crianças de 7 a 17 alunos, de forma gratuita, técnicas diversas para trabalhar com a cerâmica, além de produzir a própria argila e o esmalte.
Além de servir de incubadora na criação e difusão de técnicas de produção de cerâmica, a Instituição forma novos empreendedores e mão de obra. Apenas no município de Ipameri tem cerca de dez empresas de ex-alunos. Elas produzem peças em cerâmicas distribuídas para todo o Brasil, além de gerarem empregos e renda.
O diretor da Instituição, Luiz Alberto Costa (ex-aluno), disse ao EMPREENDER EM GOIÁS (EG) que a fabricação de cerâmica é o carro chefe da ONG. As vendas dos objetos garantem 65% das despesas que chegam a R$ 100 mil por mês. Os outros 35% são bancados por recursos de leis de incentivo à cultura, como a Lei Federal Paulo Gustavo, e de apoio às crianças e adolescentes.
Para agregar mais valor à produção e conquistar mais clientes, a diretoria do Ponto de Cultura Boa Nova pretende lançar, ainda este ano, novas peças de decoração e utilitários diferenciados feitos em cerâmica pela equipe de orientadores e oficineiros.
O diretor ressalta a qualidade dos objetos de cerâmica produzidos pela equipe do Ponto de Cultura Boa Nova, reconhecidos pelo Sebrae com o selo Top 100 de artesanato. Além disso, a rede de lojas de decoração Leroy Merlin atesta a qualidade das peças ao comercializá-las.
Elas também estão em exposição em mostras de arquitetura, como a Casa Cor. A Instituição rendeu à Ipameri o reconhecimento de Cidade da Cerâmica em Goiás.
Além da formação dos adultos, o Ponto de Cultura oferece diariamente oficinas para crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos, em risco de vulnerabilidade social. Elas têm aulas de cerâmica, música, informática e esportes.
Aos 7 anos, os alunos recebem estímulo para aprender a modelagem manual da argila. Quando crescem, aprendem a mexer no torno e se dedicam ao trabalho até conseguirem desenvolver peças de qualidade. Aí se tornam ceramistas.
O Ponto de Cultura Boa Nova tem uma exposição permanente dos trabalhos dos alunos, também levada para outras cidades não só do Estado de Goiás, mas de todo o Brasil.
As vendas também acontecem on-line pelo Instagram (@ceramica.boanova) e na loja física localizada dentro da própria cerâmica, no bairro Dom Vital, em Ipameri.
A Instituição Ponto de Cultura Boa Nova foi fundada em 1.966 para acolher crianças a partir do projeto social da Associação Adelino de Carvalho, criado por Margarida Fernandes Horbylon. O projeto social foi criado para tirar das ruas crianças em risco de vulnerabilidade social.
Aceitando o conselho de amigos de São Paulo, Margarida decidiu implementar um curso de cerâmica. Foi aí que nasceu a Cerâmica Boa Nova, que forma ceramistas.
Atualmente, está em formação uma turma de 30 alunos com idade entre 14 e 17 anos de idade. Outros 40 alunos, entre 8 e 13 anos de idade, também trabalham de forma manual com a cerâmica. Todos também aprendem informática e praticam esportes.