sábado, 5 de outubro de 2024
Mabel investe em novo negócio mundial

Mabel investe em novo negócio mundial

Empresário investe em fonte reciclável e sustentável que substituirá o óxido de zinco no processo de vulcanização da borracha.

22 de setembro de 2024

O empresário Sandro Mabel tem diversificado seus negócios desde que vendeu a fábrica de biscoitos em 2012

Conhecido por sua empresa de alimentos que leva seu sobrenome, o empresário Sandro Mabel tem diversificado seus negócios desde que vendeu a fábrica em 2012. O mais recente é o investimento em fonte reciclável e sustentável que substituirá o óxido de zinco no processo de vulcanização da borracha.

A expectativa do empresário é que 20 fábricas sejam abertas no mundo. Segundo Mabel, o óxido de zinco é um produto altamente poluente. Principalmente, porque ele é liberado com o desgaste do pneu. Quando chega o tempo de chuva, todo o produto é descartado nos mananciais. Apesar das tratativas, o empresário reconhece as dificuldades de se colocar um produto novo desse no mercado.

“Nós estamos com um projeto mundial desse produto. Ele é bem interessante para substituir esse óxido de zinco já que, desde que inventaram a borracha e a vulcanização, o processo é feito dessa forma. Há quase 200 anos e ainda não conseguiram um substituto. Mas sabemos que é difícil colocá-lo no mercado, que está acostumando com o outro”, diz.

Ainda nessa pegada sustentável, Mabel destaca ainda que conta com uma fábrica de embalagens que produz produtos a partir de resíduos de outras indústrias. A partir daí, faz o blend (mistura) como algo mais específico, que consegue por exemplo substituir em 20% o cimento, mais barato e com emissão menor de carbono.

Mabel atua também em empresas no ramo alimentício, como fabricação de farinha de trigo, de macarrão e da pimenta Mendez.

Fábrica Mabel

O empresário afirma que o marketing e a distribuição foram os principais fatores de sucesso da fábrica Mabel. Ele assumiu a empresa criada por seu pai e tio, ainda de pequeno porte, aos 23 anos de idade. Passou por várias áreas da indústria, de seis em seis meses, para entender como funcionava. Desse modo, conseguiu identificar processos que estavam gerando resultado ou que precisariam ser melhorados.

Quando Mabel assumiu a fábrica de bolacha, a produção chegava a 200 toneladas por mês, com 100 funcionários. Quando a Pepsico a comprou, produzia mais de 8 mil toneladas ao mês de biscoito e tinha mais de 3 mil funcionários. Além de Aparecida de Goiânia (matriz), a Mabel contava com fábricas no Nordeste, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e no Rio de Janeiro. No total, as fábricas produziam mais de 14 mil toneladas por mês.

“A gente contava com 200 mil pontos de vendas no Brasil e mais de 1 mil vendedores. Além disso, a gente fazia o que chamamos de escudo, onde eu estudava por onde meus concorrentes entravam no estado e começava a cerca os principais clientes nas cidades em que eles passavam. Fazia promoção, sorteava moto ou carro. Desse modo, o concorrente não conseguia fechar a carga dele. Isso era voltado para supermercados grandes, que são os que fecham as cargas”, destaca.

Concorrência

A fábrica Mabel ainda lançava inéditos sabores de biscoitos no mercado para alavancar o lucro, que muitas vezes era retirado pelas estratégias promocionais. “A gente tinha como concorrente a bolacha de chocolate, a gente brigava com ela. Mas fabricava ainda a de doce de leite, a de morango, a de maracujá e outros sabores no mesmo segmento para manter o nosso território”, frisa.

Para entrar em mercados de outros estados, a Mabel fazia o processo inverso, para ganhar território. “Cada lugar tem o seu domínio. Então, a gente não chegava tão agressivo nos grandes. Íamos mais agressivos nos mercados pequenos”, afirma o empresário.

A família Mabel vendeu sua empresa por mais de R$ 800 milhões (o que equivale hoje a mais de R$ 1,5 bilhão). Segundo o empresário, a Pepsico não manteve a mesma a mesma forma de trabalho que estava dando certo há tempos. Por isso, vendeu a mesma fábrica anos depois por R$ 300 milhões.

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