A economia brasileira cresceu 3,5% em 2024, de acordo com estimativa divulgada nesta segunda-feira (17/2) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O estudo traz a prévia do comportamento do PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país.
Em dezembro, a expansão foi de 0,3% em relação a novembro de 2024. Aliás, diferentemente das estimativas divulgadas nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Já o quarto trimestre teve alta de 0,4% ante o terceiro trimestre. O que aponta uma desaceleração, já que registrou expansões maiores no segundo e no terceiro trimestre (1,4% e 0,8%, respectivamente).
Em valores, o PIB brasileiro atingiu R$ 11,655 trilhões, o maior da série histórica. O PIB per capita de 2024 – divisão do total da economia pelo número de habitantes – foi de R$ 56.796, também o maior da série histórica.
A produtividade da economia foi de R$ 100.699 em 2024, 0,3% abaixo do observado em 2023 e 3,3% menor que o de 2013, o ponto mais alto já atingido. A taxa de investimentos da economia foi estimada em 17,2%, acima do registrado em 2023 (16,4%).
“A indústria, os serviços e o consumo das famílias apresentaram resultados ainda melhores em 2024 dos que os já elevados crescimentos registrados em 2023. Pode-se afirmar que em 2024, em termos de atividade econômica, o Brasil teve um ótimo resultado”, avalia a coordenadora da pesquisa, a economista Juliana Trece.
Com este resultado, o Brasil soma quatro anos seguidos de crescimento da economia, com a última queda de 3,3% registrada em 2020. Em 2023, o PIB teve expansão de 3,2%.
Apesar de 2024 com “ótimo resultado”, a economista Juliana Trece aponta que o ano de 2025 apresenta desafios internos e externos para a economia brasileira. “Pelo lado interno, os juros elevados, com efeitos negativos na atividade econômica, atingem principalmente os investimentos. Já no ambiente externo, novas imposições de tarifas podem comprometer o nível das exportações.”
O outro desafio citado pela economista é a guerra tarifária comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A maior economia do mundo decidiu que aplicará taxas para produtos estrangeiros que entram nos Estados Unidos, como aço e alumínio. O etanol brasileiro também tem sido ameaçado de sobretaxas.