Depois de perder o emprego na pandemia, empresária fundou a Ouro Azul, que usa a fruta azul como matéria-prima.
Ao ficar desempregada durante a pandemia, Marlene Luiza Mendes decidiu investir na plantação de mirtilo, mas conhecido como blueberry. Ao decidir por ter seu próprio negócio, buscou algo que incluísse toda a família. Fundou a Ouro Azul.
Na propriedade, a empreendedora planta as mudas e que também se tornou marca de produtos fabricados a partir da fruta azul. Apenas no primeiro ano, colheu mais de 2 toneladas de mirtilo.
Marlene atuava na área de serviços antes da explosão da Covid-19. Ela conta que, a partir daí, buscou um novo ramo para investimento. Pensou em fazer o beneficiamento de água de coco ou até mesmo na fabricação de produtos naturais.
Entretanto, não eram viáveis financeiramente devido aos altos custos. Também pensou até em abrir uma ferragista, mas não ia ao encontro com o que queria.
Uma reportagem jornalística foi o estopim para o encontro do novo negócio. “Meu marido viu uma reportagem falando de uma variedade de mirtilo que tinha sido adaptada para o clima quente, já que é um fruto comum a ser produzido em temperaturas mais frias. Nós fomos conhecer e buscamos mais informações para saber que fruto era esse. Quanto mais a gente conhecia, mais ficava encantado, porque ele vinha ao encontro com o que buscávamos”, diz ao EMPREENDER EM GOIÁS.
Marlene conta que encomendou os pés de fruta. Mas faltava algo muito importante: a terra para plantar. De início, foram encomendados 2 mil pés do fruto, que demoraram um determinado prazo pelo fornecedor.
Esse tempo foi o suficiente para que eles encontrassem uma área em Planaltina de Goiás. Atualmente, a empreendedora mora em Formosa, que fica a 25 quilômetros da propriedade. No local, trabalham ela, o marido, os dois filhos e um colaborador.
Segundo Marlene, uma das vantagens do mirtilo é que a planta não ocupa muito espaço. As 2 mil plantas ocuparam apenas 2 mil metros quadrados. Em 2023, a plantação aumentou para mais de 5 mil pés e, em 2024, esse número quase alcançou as 9 mil mudas.
A empreendedora conta que está na terceira safra. Mas que o mirtilo demora de sete meses a um ano para começar a dar os frutos, o que não torna possível saber a quantidade de produção atualizada do último plantio.
A produtora rural explica que se encantou pelo fruto devido aos inúmeros benefícios à saúde. O fruto, que lembra uma jabuticaba, é rico em antioxidantes, vitaminas C e K, potássio, cálcio, magnésio e fibras.
“Eu não conhecia o fruto e achei um sabor muito peculiar. É um fruto muito bonito, nutritivo e saboroso”, pontua.
Diante disso, atualmente, Marlene vende o mirtilo in natura, congelado, faz a geleia com e sem açúcar, gelato (sorvete artesanal), o chá com hibisco e também comercializa as mudas.
Segundo ela, a geleia é feita na própria fazenda, mas os demais produtos são produzidos com a ajuda de parceiros. Além disso, a plantação fomenta o turismo na região, já que ela realiza uma visita guiada pela propriedade.
Atualmente, a produção consegue atender o Distrito Federal. Também recebe pedidos pelo Instagram e realiza as entregas todos os sábados em Brasília.
Marlene diz que ainda não fecha parceria com uma rede maior por não conseguir produzir a quantidade de mirtilo suficiente. Apesar disso, a expectativa é que o fruto chegue a tomar 1 hectare da terra da família durante a produção deste ano.
A empresária ressalta ainda a parceria com o Sebrae para o negócio ganhar continuidade e prosperar. Lista a participação no Congresso das Mulheres do Agro e que já se inscreveu no programa Agente Local de Inovação para ter mais acompanhamento.
“Eu não me vejo sem o Sebrae. Ele foi fundamental para a nossa jornada empreendedora. Toda vez que tenho uma dúvida, que preciso de uma orientação ou que surge uma ideia, eu recorro a eles para saber se é o caminho mais assertivo”, destaca.