domingo, 27 de abril de 2025
Agro goiano tem o 2º maior número de recuperações judiciais

Agro goiano tem o 2º maior número de recuperações judiciais

Goiás registrou 122 pedidos de recuperação no agro em 2024, ficando atrás apenas de Mato Grosso.

2 de abril de 2025

José Mário Schreiner: “Esses pedidos de recuperação afetam muito o acesso ao crédito por parte dos produtores rurais”

Goiás é o segundo estado brasileiro com maior registro de pedidos de recuperação judicial no agronegócio em 2024, tanto de pessoas físicas como de jurídicas. Segundo levantamento do Serasa Experian.

Ao todo, o país registrou 1.272 pedidos de recuperação judicial no ano passado, mais que o dobro se comparado com o total registrado em 2023 (534). Desse total, 566 foram de produtores que atuam como pessoa física.

Já Goiás registrou 122 pedidos, ficando atrás apenas de Mato Grosso, que contou com 173 solicitações. O estado goiano tem mais que o dobro de pedidos feitos em Minas Gerais (57), que ficou em terceiro lugar, por exemplo.

Sobre pessoas jurídicas, o número saltou de 162, em 2023, para 409. Desse total, Goiás registrou 62 pedidos, ficando atrás apenas, novamente, de Mato Grosso (92).

O levantamento mostra ainda que os produtores de soja concentraram o maior número de pedidos (222). Seguido por criadores de bovinos (75), cereais (49), café (16) e de algodão e de outras fibras de lavoura temporária (10).

Preocupação

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a situação é preocupante. E o fato de o Brasil depender de insumos importados faz com que gere um desequilíbrio entre os custos de produção e a receita dos produtores. Ele completa ainda com o preço de venda em queda, aumento dos custos e insegurança fiscal.

“Esses pedidos de recuperação afetam muito o acesso ao crédito por parte dos produtores rurais. Também aumentam as exigências do mercado financeiro e dos riscos ao setor. Esperamos que seja uma situação transitória e que possamos recuperar”, afirma.

Fatores climáticos extremos também impactaram nos números. Produtores tiveram perdas devido a situações como a enchente do Sul e seca nas regiões Centro-Sudeste, o que resultaram em prejuízos financeiros.

Isso ainda afeta empresas que atuam de forma relacionada ao agronegócio, onde Goiás está em 3º lugar, com seis pedidos de recuperação judicial, ficando atrás de São Paulo e Paraná.

“Os impactos ocasionados pelos desequilíbrios na renda dos produtores e os prejuízos dos eventos climáticos extremos, impactaram toda a cadeia, não somente aos produtores rurais. Impactaram os produtores rurais, indústrias, empresas de serviços, de logística, enfim impactou todos os setores que de certo modo dependem do setor agrícola e pecuário.

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