O produtor rural brasileiro tem recorrido cada vez mais ao consórcio para aquisição de tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), mais de 90 mil participantes foram contemplados somente no ano passado.
Motivos principais: retração das linhas tradicionais de financiamento e alta dos juros.
O segmento de consórcios voltado para veículos pesados — caminhões, ônibus, tratores e implementos — teve crescimento de 38,9% em 2024, movimentando R$ 17,5 bilhões. Para este ano, a ABAC projeta um crescimento de 10%.
Uma expectativa impulsionada por fatores como a previsão de uma safra agrícola recorde e o anúncio do Plano Safra, que destinará R$ 400 bilhões para o financiamento da agricultura empresarial.
Alguns fabricantes, chegam a vender até 40% das máquinas por meio de consórcio. Isso acontece porque, muitas vezes, o produtor não consegue financiamento no banco. E quando aprovado, enfrenta juros altos, exigência de garantias complementares e burocracia pesada.
Cleber Gomes, CEO da Maestria, destaca que o aumento dos juros e as dificuldades de acesso ao crédito tradicional têm impulsionado produtores buscarem alternativas.
“Com a suspensão de algumas linhas de crédito, inclusive do Plano Safra, o produtor rural hoje se depara com juros que chegam a 20% ao ano para financiar uma máquina. Nesse cenário, o consórcio se consolidou como uma alternativa no agronegócio. Tanto, que nos últimos 10 anos, o crescimento foi de 400%”, diz.