O Comitê do Banco Central elevou novamente a Taxa Selic, agora para 15% ao ano, justificando cenário externo (EUA) e interno (inflação).
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (18/6) elevar a Taxa Selic em 0,25 ponto, para 15% ao ano. Trata-se dos juros básicos da economia brasileira, em trajetória de alta há mais de um ano.
O Copom justificou a nova alta dos juros. Primeiro, o ambiente externo adverso e incerto em função da política econômica nos Estados Unidos. Além do comportamento de diferentes classes de ativos, com reflexos nas condições financeiras globais.
“Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão geopolítica”, enfatizou a nota do Copom.
Em relação ao cenário interno, os membros do comitê destacaram indicadores da atividade econômica e do mercado de trabalho. Afirmaram que ainda apresentam alta, mas destacam que há “certa moderação no crescimento”.
Contudo, a inflação se mantém acima da meta do BC. “Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual”, destacou.
O Comitê também disse que segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal do governo Lula, que impactam a política monetária e os ativos financeiros. O cenário segue sendo marcado por projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.
“Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, enfatizou o Copom.
Portanto, o Comitê entende que a decisão de aumentar novamente os juros básicos é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta. “Essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, informou.
Se confirmar este cenário, o Comitê afirmou que deve adotar uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste. E, então, avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.
“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, enfatizou.