Criado há menos de cinco anos, fundo goiano tem experimentado expressivo crescimento no mercado brasileiro.
Criada há menos de cinco anos, a HT3 Investimentos tem experimentado um expressivo crescimento no mercado brasileiro de fundos. Atualmente, administra uma carteira de mais de R$ 1 bilhão em operações. Quando começou suas atividades, em 2021, essa carteira não passava de R$ 30 milhões.
“Temos hoje um patrimônio líquido superior a R$ 80 milhões, mais do que dobramos nos últimos 12 meses. Estamos, portanto, prontos para receber mais investidores, porque operações não faltam no mercado”, afirma o CEO da empresa, Tiago Simon Egídio.
Com sede em Goiânia, é especializada no segmento de saúde. Atende principalmente distribuidoras de medicamentos, hospitais e laboratórios. Mas, a HT3 tem explorado o potencial de outros segmentos, como o agronegócio.
Motivo: aumento da demanda por capital de menor custo, principalmente após a elevação dos juros básicos da economia pelo Banco Central (BC). Também contribui o amadurecimento do próprio mercado nacional de fundos.
“Em geral, são duas as maiores demandas das empresas no mercado de crédito: capital de giro e investimentos. Crédito é hoje nada mais que tempo desajustado. Ou o fornecedor não deu tempo suficiente para a empresa receber e pagar, ou o cliente não pagou no prazo para a empresa gerar o caixa necessário. As empresas quando buscam empréstimo ou antecipação de recebíveis precisam, na verdade, ajustar tempo”, afirma Tiago Egídio.
Segundo o executivo, o problema é que a taxa de juros mudou no Brasil. Mas os preços, os títulos, não mudaram. Neste cenário, as empresas precisam tomar algumas decisões urgentes. Muitas não agradáveis, como paralisar investimentos em expansão, por exemplo, para fortalecer o caixa (capital de giro). E se optarem em buscar recursos no mercado financeiro, têm de absorver juros maiores.
“A alta da Taxa Selic (juros básicos do Banco Central) afeta a economia real. Primeiro, as pequenas empresas, mas também as médias e, em menor grau, as grandes companhias”, frisa Tiago Egídio. Onde os fundos têm se mostrado uma alternativa mais viável para muitas empresas que precisam de crédito.
O CEO da HT3 explica que praticamente todo fundo está associado à uma gestora, uma administradora no mercado de capitais. Ou tem recursos próprios para oferecer ao setor privado, ou tem condições de captar esses recursos para o mesmo objetivo.
“A maior diferença que oferecemos como gestora de investimentos é um atendimento personalizado, que vai realmente atender a demanda do nosso cliente por um custo mais atrativo. E, na outra ponta, geramos maior rentabilidade aos nossos investidores”, diz.
Os recursos captados pelos fundos são de clientes investidores, que também estão em busca de melhor rendimento. A indústria brasileira de fundos de investimento fechou o ano passado com captação líquida positiva de R$ 60,7 bilhões. Segundos dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Já o volume investido pelos brasileiros somou R$ 7,3 trilhões ao final de 2024, principalmente em renda fixa.
Isto gera um grande colchão de recursos para o mercado financeiro. E é aí que os fundos de crédito privado, que atuam principalmente com os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e as debêntures, têm se destacado.
“Mas, para realmente termos diferencial em relação ao mercado tradicional, temos de conhecer as empresas. Nós, da HT3, buscamos entender as reais demandas do negócio para oferecermos as melhores alternativas financeiras”, afirma Tiago Egídio.
O executivo afirma que a HT3 Investimentos continuará focada no segmento de saúde, onde têm forte expertise, mas sem perder de vista oportunidades de operações em outros setores. Até o fim deste ano, a sede da empresa deve ser transferida para a Avenida Faria Lima, em São Paulo (SP).