Já são mais de 700 locadoras em atuação no Estado, com uma frota de 17,6 mil veículos. Setor tem demanda para mais 4 mil carros.
O número de locadoras de carros em Goiás cresceu 96% em um ano. Passou de 369, em 2021, para 724, em 2022. A frota de veículos para locação no Estado teve acréscimo de 10,5%, de 15.996 para 17.676 unidades. O número de empregos diretos gerados teve desempenho semelhante, com aumento de 10%, chegando a 3.178. Os dados integram o Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos de 2023, divulgado pela Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla).
Conforme o presidente do Sindicato das Locadoras de Veículos em Goiás, Adriano Donzelli, a tendência de crescimento deve se manter alta. Um dos fundamentos é a demanda de cerca de 4 mil carros para o setor em Goiás. “Faltaram veículos no ano passado e tivemos de segurar alguns dos que já poderiam ser trocados”, explica. Em média, veículos de aluguel permanecem nessa condição por até 2,5 anos e depois vão para o mercado de usados.
Igualmente esse é um dos motivos para a queda de 21% no número de emplacamentos, de 6.654, em 2021, para 5.255, em 2022. “As montadoras estabeleceram uma política de priorizar as vendas no varejo. Mas, ainda assim, as locadoras compraram 40% de tudo o que foi produzido no Brasil”, explica Donzelli. Ele acrescenta que o negócio de aluguel de carros contribui para o setor automobilístico como um todo.
O presidente do Sindicato das Locadoras pontua que o mercado cresce impulsionado por um novo segmento: o do carro por assinatura, um tipo de locação. Primeiramente, há mais de uma década, as empresas fizeram as contas e concluíram que alugar um veículo fica mais em conta do que ter a propriedade. Dependendo do tipo da empresa e do carro, a economia varia de 7% a 20%, assegura Donzelli.
Depois da terceirização das frotas das empresas, veio outro fenômeno, dos carros de aplicativos, cujos motoristas dependem do carro para trabalhar. Em Goiás, a participação na frota, segundo o Anuário, é de 70% para terceirização, 20% para turismo de lazer e 10% para turismo de negócios. “O Uber é bom, mas tem alcance limitado”, entende Donzelli, citando como exemplo quem quer ir para uma chácara no fim de semana. “Meu neto não vai dirigir”, aposta.
E a paixão do goiano por carros? Para o presidente do Sindicato das Locadoras, quando faz as contas e vê a economia, a tendência é migrar para o aluguel. Ele exemplifica com o agronegócio e garante que grande parte das empresas desse mercado migrou para o aluguel. “É uma realidade sem volta”, frisa.
Saiba mais: Goiás se destaca na venda de consórcios para veículos