As irmãs Preta Josi e Preta Neiva, nome artístico adotado por elas, são sócias da Tapioca das Pretas que começou no Jardim Guanabara 2 e hoje funciona somente no Setor Novo Horizonte, em Goiânia. A afroempreendedora Ana Maria Carvalho tem espaço digital nas redes sociais sobre valorização e empreendedorismo para mulher negra. Num mundo ideal, […]
As irmãs Preta Josi e Preta Neiva, nome artístico adotado por elas, são sócias da Tapioca das Pretas que começou no Jardim Guanabara 2 e hoje funciona somente no Setor Novo Horizonte, em Goiânia. A afroempreendedora Ana Maria Carvalho tem espaço digital nas redes sociais sobre valorização e empreendedorismo para mulher negra. Num mundo ideal, a história destas três mulheres negras não seria motivo de atenção, mas no Brasil é. Por aqui, mais da metade dos negócios quebram com menos de dois anos e a pele preta dificulta a jornada de empreendedores no País.
Dos negros que estão no mercado de trabalho, apenas 29% são donos dos seus próprios negócios. Para piorar, boa parte dessas empresas não tem registro formal e sua atuação acaba sendo obrigatoriamente mais limitada. Mesmo os negros sendo maioria da população (55%), classificação dada aos pretos e pardos pelo IBGE, eles têm renda quase 50% menor que brancos.
Para Ana Maria, que teve atrasado o projeto de criação de espaço físico exclusivo para troca de experiências entre mulheres negras em razão da pandemia, o acesso ao crédito é ainda outro obstáculo. “As mulheres negras partem para o empreendedorismo por necessidade, então muitas nem sabem direito como fazer o negócio dar certo. Quando chegam ao banco as linhas de crédito para elas são sempre piores e com juros mais altos. Existem pesquisas sobre isso”, explicou.
Tanto Josi e Neiva quanto Ana Maria estão longe de serem as únicas negras com dificuldades de empreender- em qualquer setor. Para remediar a situação, o SebraeDelas tem promovido capacitações específicas para empreendedoras negras com temas como: Design Thinking, gestão financeira, empatia e outros.
Atualmente elas têm sido assistidas individualmente com consultorias gratuitas de 4h em cada assunto. “A ausência de empreendedores negros em cargos de comando ou de liderança de empresas torna a tarefa ainda mais difícil, uma vez que o empresário que não é negro nem sempre entende as peculiaridades de um mercado do qual não faz parte”, explicou Cynnara Bretas que é consultora do Sebrae Goiás.