terça-feira, 30 de abril de 2024
A escalada dos preços na aldeia global

A escalada dos preços na aldeia global

A inflação deu o tom na economia mundial em 2021 e foi puxada pelo aumento dos preços das commodities: agrícolas e de combustíveis fósseis. Tanto uma quanto a outra receberam influência dos problemas decorrentes da COVID-19, como das variações do dólar no mercado externo e interno.

25 de janeiro de 2022

Por Júlio Paschoal

A inflação deu o tom na economia mundial em 2021 e foi puxada pelo aumento dos preços das commodities: agrícolas e de combustíveis fósseis. Tanto uma quanto a outra receberam influência dos problemas decorrentes da COVID-19, como das variações do dólar no mercado externo e interno.
No campo do agronegócio, tanto os grãos quanto as carnes tiveram forte demanda no mercado internacional, fato que levou a alta de preços desses produtos. O milho subiu 74%; a soja, 67%) e o café, 63%. Os aumentos não pararam por aí. O açúcar subiu 58%.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), as commodities voltadas para industrialização variaram de 18% a 74%. O trigo ficou mais caro 35% e o leite, 21%, enquanto a carne bovina teve aumento de 25%. A redução no consumo desse produto elevou os preços do frango, peixe e também dos ovos, substituto natural do produto no Brasil.

No Brasil, os combustíveis fósseis seguiram o mesmo padrão de aumentos: o óleo diesel aumentou 46,8%, a gasolina, 44%, e o gás de cozinha, 30%. O etanol genuinamente nacional, teve seu preço aumentado em 56,5% no caso específico devido ao aumento dos preços do açúcar no mercado externo.

Na economia de livre mercado, produtores, pecuaristas, usineiros e representantes de outros segmentos optam por colocar seus produtos onde os preços são melhores. Na ocasião, os praticados no mercado externo estão ainda mais interessantes, em razão da redução da oferta no mercado interno. Mesmo o consumo não sendo ampliado no Brasil, devido ao desemprego superior a 13%, os preços na indústria, no atacado e varejo subiram. Para conter esses aumentos, a oferta precisa ser ampliada tanto no mercado externo quanto no doméstico.

Por exemplo, a PEC que o Executivo propõe ao Legislativo, a isenção do PIS/COFINS nos combustíveis e na energia, pode vir a reduzir os preços, dos combustíveis e dos produtos e/ou serviços, que dependem deles e com isso promover a acomodação dos preços no mercado interno e iniciar um processo de queda da inflação de custos.

Júlio Paschoal é economista e professor da UEG.
julioalfredorosa@gmail.com

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