A reação na abertura de lojas ocorreu apesar da deterioração das condições de consumo ao longo do ano, com a escalada dos juros, da inflação e o desemprego em alta.
Foram abertas 8.210 novas lojas no ano passado em Goiás, resultado que colocou o Estado em oitavo lugar no ranking do estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No Brasil, foram abertos 204,4 mil novos pontos de venda e o comércio encerrou o ano com 2,4 milhões de estabelecimentos ativos.
A reação na abertura de lojas ocorreu apesar da deterioração das condições de consumo ao longo do ano, com a escalada dos juros, da inflação e o desemprego em alta.
A CNC mudou a base de dados do levantamento, que anteriormente era feito a partir de informações das empresas de comércio com vínculo empregatício que constavam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Com as alterações na pesquisa do Caged, o novo estudo passou a usar a base de dados dos CNPJs de empresas comerciais ativas no Ministério da Economia, excluindo os Microempreendedores Individuais (MEIs). Como essa série atual de dados é curta, não é possível fazer comparações com anos anteriores.
Mesmo que as pesquisas de 2020 e 2021 não sejam comparáveis por causa das bases de dados diferentes, o economista-chefe da CNC e responsável pelo estudo, Fabio Bentes, lembra que o levantamento anterior apontou que em 2020, o primeiro ano da pandemia, terminou com saldo de 28,3 mil lojas fechadas.
Por necessidade
A virada que houve, de um saldo negativo de 28,3 mil lojas em 2020 para um saldo positivo de 204,4 mil abertas em 2021, não indica que o varejo esteja bombando. “Essa abertura de lojas tem muito do que chamamos de empreendedorismo de necessidade”, diz o economista. São pessoas que perderam o emprego por causa da pandemia, abriram uma pequena loja virtual ou física para tentar obter renda.
No país, o setor de hipermercados, supermercados e minimercados puxou a fila na abertura de lojas em 2021, com 54 mil pontos de venda e um pouco mais de um quarto do saldo das inaugurações, aponta o estudo da CNC.
Na vice-liderança estão as lojas de eletrodomésticos e utilidades domésticas (38,7 mil), seguidas por lojas de artigos de vestuário, calçados e acessórios, com 28,3 mil novos pontos de venda. A liderança dos setores de supermercados e eletrodomésticos é reflexo do consumo doméstico que ganhou prioridade com o isolamento social.
Quanto ao porte das empresas, mais de 92% do total aberto foram micro (158,2 mil) ou pequenos estabelecimentos comerciais (29,9 mil). No comércio varejista, os micro e pequenos estabelecimentos comerciais representam 91,5% do total de lojas ativas no varejo brasileiro.
Ranking 2021 (em milhares)