sábado, 27 de abril de 2024
Custo para construir dispara em Goiás

Custo para construir dispara em Goiás

Sinduscon-Go culpa oligopólios pela disparada dos aumentos dos preços de custo, principalmente do aço, concreto e cimento.

9 de maio de 2022

Custo do aço subiu cerca de 10% apenas em abril

“Extemporânea e inexplicável”. Esta foi a reação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Goiás (Sinduscon-GO), Cezar Mortari, ao culpar os oligopólios pela disparada dos aumentos dos preços dos insumos. Principalmente do aço, concreto e cimento, que ficaram em torno de 10% no mês de abril.

Como consequência, o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil em Goiás subiu 1,85% no mês passado em relação a março deste ano, chegando a R$ 2.185,91 o metro quadrado. No ano, o aumento acumulado é de 5,9% e, nos últimos 12 meses, é de 13,7%.

Cezar Mortari também alertou que o custo do m² vai subir ainda mais em maio, pois, além dos preços dos insumos base continuarem em alta, o piso salarial dos trabalhadores do setor terá aumento de 12%, conforme convenção coletiva (leia mais aqui). Segundo ele, as construtoras ainda estão absorvendo esses aumentos, mas inevitavelmente vão incidir sobre o preço dos imóveis ao consumidor, que vão subir.

O presidente do Sinduscon diz que a crescente alta do CUB deve-se à especulação nos aumentos dos preços dos insumos base. Para ele, o que na verdade está acontecendo é o aproveitamento da alta demanda por parte destes oligopólios de insumos, pois não há motivação econômica.

Aumento do aço

Como exemplo, cita o caso do aço. Durante a pandemia, o minério de ferro foi a US$ 220/ton, porém baixou para US$ 110/ton e, agora, voltou a um patamar de US$ 150/ton – ainda assim 30% mais barato. O dólar que chegou a R$ 5,70 agora está a R$ 5,08 – próximo a 10% depreciado.

“A sucata diminuiu de preço. As tarifas de energia estão estabilizadas. Ou seja, os fatores componentes do custo estão todos mais brandos. No entanto, as usinas brasileiras já colocaram mais de 20% de aumentos este ano e ameaçam que há espaço para mais subidas de preços”, diz.

“É estupefaciente que as siderúrgicas estejam aplicando remarcações que lembram a hiperinflação. E não só elas, mas também as indústrias de cimento, vidro e metais não ferrosos também estão exercendo o seu poder de oligopólio”, critica Mortari.

Para ele, as grandes indústrias estão aproveitando-se das dificuldades logísticas mundiais e restrições de fornecimento ocasionados pela invasão na Ucrânia para subir a régua. “Os reflexos destes novos custos da construção obviamente se juntarão aos da hecatombe da pandemia e, como consequência, afastarão milhões de brasileiros da possibilidade da compra da casa própria”, frisa.

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