Concessionária responsável pela BR-153 estima até 24 anos para duplicar 100% de 685 quilômetros da rodovia federal. Empresários afirmam que é preciso antecipar este cronograma.
A BR-153, no trecho de 851 quilômetros entre Goiás e Tocantins, deverá receber investimentos superiores a R$ 14 bilhões nos próximos 35 anos, com previsão de que várias melhorias sejam entregues até 2024. Entretanto, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) avalia que esse prazo é muito longo para atender a demanda do setor produtivo por escoamento da produção goiana.
A estimativa de investimentos e cronograma das obras foi manifestada por representantes da concessionária Ecovias do Araguaia, responsável pela gestão do trecho, durante reunião promovida pelo Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Fieg.
De acordo com o diretor-superintendente da Ecovias do Araguaia, Carlos Eduardo Xisto, o trecho da concessão compreende 851 quilômetros, sendo 671 km em Goiás e 180 km no Tocantins, cortando 28 municípios. Além da BR-153, entre Aliança do Tocantins (TO) e Anápolis (GO), a concessionária também fará a gestão da BR-080, entre Uruaçu e Assunção de Goiás (87 km), e da BR-414, entre Assunção de Goiás e Anápolis (139,6 km).
Segundo ele, até o quinto ano de concessão, as obras iniciais devem contemplar quase 70 km de duplicações, 16 km de vias marginais e duas passarelas em Goiás. No Tocantins, serão quase 45 km de duplicações, 27 km de vias marginais e duas passarelas. “A partir do quarto ano da concessão, teremos a integração de diversas frentes de obra. Durante o período da concessão, serão aplicados R$ 7,8 bilhões em obras, além de R$ 6,2 bilhões em investimentos na operação”, afirmou.
Com base no cronograma de obras aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Xisto informou que 57% das duplicações previstas no contrato serão entregues até o décimo ano de concessão. “A modelagem foi fragmentada devido às questões da concessão, mas temos todo interesse em antecipar as obras de duplicação. Reconhecemos o potencial da agroindústria da região e estamos à disposição para ser parceiros nas soluções para o Estado. Precisamos ter condições de financiamento para isso”, ponderou.
O presidente do Coinfra, o empresário Célio Eustáquio de Moura, observou que as melhorias já implementadas no trecho são visíveis, entretanto defendeu revisão no prazo para duplicação total da rodovia entre Anápolis e o Tocantins. “Não dá para esperar 24 anos. Esperamos que as obras sejam antecipadas e vamos nos mobilizar para isso. Trata-se de um importante corredor de desenvolvimento regional”, disse. A opinião foi compartilhada pelos conselheiros que acompanharam a reunião.
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