terça-feira, 30 de abril de 2024
Como a Copa influencia a economia brasileira

Como a Copa influencia a economia brasileira

À medida que a seleção brasileira ganha cada jogo, aumentam as vendas de segmentos importantes do varejo.

19 de novembro de 2022

Bares e restaurantes são um dos segmentos mais impactados com a Copa

A Copa do Mundo é o maior evento esportivo do mundo. E os brasileiros são apaixonados por futebol. Talvez, seja um dos raros momentos em que não há divisão no País. Existe um impacto para a economia brasileira. À medida que a seleção brasileira ganha cada jogo, aumentam as vendas de segmentos importantes do varejo. Especialmente os de festas, comidas e bebidas. Se o Brasil for hexa então, não fará a alegria apenas de milhões de torcedores. Mas de muitos empresários.

Outros setores também são impactados pela Copa, como os de roupas, assinatura de canais esportivos e a venda de novos aparelhos de televisão. “Caso o hexacampeonato vire realidade, o senso comum sugere que o brasileiro, em geral, fique naturalmente mais eufórico. Dessa forma, não seria estranho supor que, movidas pela alegria, muitas pessoas tomarão mais decisões movidas por impulso”, afirma João Victorino, administrador de empresas e especialista em finanças pessoais.

Vale frisar que, diferente das outras edições de copas, esta será realizada muito próxima do Natal. A final do campeonato acontecerá em 18 de dezembro. Caso o Brasil não seja campeão, o fator mais importante a se levar em conta, certamente, é o número total de partidas que a seleção poderá disputar. “Caso ela chegue até a final, serão 7 jogos. Sete oportunidades para os setores mencionados obterem um faturamento substancial”, frisa Victorino.

Impacto na Bolsa

Entretanto, pesquisa feita por um banco americano com dados desde 1974, mostra que os índices das bolsas dos países campeões subiram em média 3,5%. A única exceção foi o Brasil de 2002, que não obteve esta vantagem. Contudo, essa alegria dura pouco: o mesmo estudo nos mostra que, após quatro meses da euforia do título, os mercados locais tendem a ter uma performance 4% abaixo das médias globais.

“A conclusão a que podemos chegar é a seguinte: haverá setores mais positivamente impactados que outros. Mas, no geral, os resultados da seleção na Copa do Mundo não costumam impactar diretamente a economia do país”, diz o especialista. Nos anos em que a seleção foi campeã, não há uma correlação que estabeleça um vínculo claro entre título mundial e maior crescimento do PIB.

“Mas, em levantamentos que fizemos nos bancos de dados do IBGE, observamos que, dos cinco títulos mundiais da seleção brasileira, em quatro oportunidades o PIB do nosso país cresceu a uma taxa maior que no ano anterior ao título. Por outro lado, o PIB do ano seguinte ao título sempre cresceu menos que o anterior, com exceção de 1970”, afirma Victorino.

A maior parte dos efeitos econômicos são sentidos pelos países sedes de cada edição do evento, com destaque para o setor de infraestrutura. “Todavia, podemos observar faturamentos mais robustos também em setores de varejo, alimentação e turismo nos demais países participantes”, diz.

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Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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