sábado, 27 de abril de 2024
Goiás tem cada vez mais empresários precoces

Goiás tem cada vez mais empresários precoces

O número de Microempreendedores Individuais formado por menores de 18 anos cresceu 176% no primeiro semestre deste ano no Estado.

23 de novembro de 2022

Lavínia Guerreiro deu os primeiros passos para ser empreendedora aos 17 anos de idade

Goiás tem cada vez mais empreendedores com menos de 18 anos de idade. Segundo a pesquisa da Datahub, plataforma de Big Data & Analytics, muitos jovens nunca tiveram tanta disposição para seguir a rota do mundo empresarial. O número de Microempreendedores Individuais (MEIs) formado por menores de 18 anos no Estado cresceu 176% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2021, passando de 17 para 47.

Atualmente, Goiás tem 107 MEIs ativos abertos por menores de 18 anos. É o sexto no ranking nacional, liderado por São Paulo, com 521 empresas. No Brasil, a abertura de MEIs com este perfil cresceu 227% no mesmo período comparado. Somente nos seis primeiros meses deste ano, foram 1.173 MEIs no País, ante 359 em 2021. Hoje, existem no Brasil, 2.328 MEIs administrados por menores de 18 anos.

Exemplo

É o caso da jovem empreendedora Lavínia Guerreiro. Aos 17 anos, após terminar o ensino médio, queria cursar engenharia elétrica. Enquanto tomava a decisão, os pais sugeriram que vendesse biscoitos de castanha do Pará que ela já produzia em casa para conseguir uma renda extra.

Aliás, nesse período, Lavínia conheceu uma escola de culinária e cursou alta gastronomia e confeitaria profissional. Dessa maneira, aperfeiçoou suas técnicas e expandiu o negócio para vários sabores e estilos diferentes de biscoitos, além de sobremesas e três preparações salgadas.

Quando completou 18 anos, com o apoio do Sebrae, Lavínia regularizou a empresa com CNPJ. “Até hoje continuo minha jornada e sempre indico abrir o MEI, pois facilita muito e passa mais credibilidade aos clientes, ainda mais por sermos jovens”, diz.

Antes de regularizar, a empresa se chamava Biscoitos Finos e Artesanais. Entretanto, mudou para Lavinia Guerreiro Delicatessen, que atende público na faixa de 30 a 50 anos, além de cafeterias em Goiânia. Atualmente, a jovem empresária faz curso de nutrição e é formada em alta gastronomia e confeitaria profissional.

Setores mais procurados

Em Goiás, os setores mais procurados por jovens empreendedores são comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, promoção de vendas, cabeleireiros, manicure e pedicure, fornecimento de alimentos preparados principalmente para consumo domiciliar. Conforme o estudo, a categoria de vestuário é uma das que tiveram maior crescimento. Talvez porque indica justamente a facilidade com que é possível vender roupas pela internet e ter o WhatsApp como plataforma de comercialização.

De acordo André Leão, diretor de produtos da Datahub, esse aumento é um reflexo de jovens que estão vendo o empreendedorismo como fonte de renda. Impulsionado sobretudo pela internet que se mostrou durante a pandemia uma importante ferramenta para criação de novos negócios e oportunidades, em especial para aqueles que estão iniciando na vida profissional. “Trata-se de jovens formalmente emancipados, como exigido por lei”, frisa.

“Ter a perspectiva de uma carreira profissional em empresa ou no serviço público está deixando de ser o sonho dos jovens brasileiros. Eles estão querendo, cada vez mais, a independência financeira se tornando empreendedores desde cedo”, afirma o superintendente do Sebrae em Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto.

Saiba mais: Brasil Júnior estimula jovens goianos a empreender

Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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