terça-feira, 30 de abril de 2024
Como o rombo na Americanas afeta o mercado

Como o rombo na Americanas afeta o mercado

Americanas comunicou rombo de R$ 20 bilhões em sua contabilidade e especialistas avaliam o impacto disto no mercado brasileiro.

14 de janeiro de 2023

A Americanas comunicou na última quarta-feira (11/1) inconsistências contábeis em seu balanço fiscal. Foram encontrados financiamentos de compras que a empresa está devendo para instituições financeiras. O rombo: R$ 20 bilhões, equivalente a duas vezes o valor de mercado da empresa. E isto até 30 de setembro de 2022.

As ações da Americanas sofreram forte queda de 75% na Bolsa. Ou o valor de R$ 8 bilhões. Analistas do setor financeiro brasileiro avaliam os impactos sobre o mercado de ações, principalmente em relação à confiança de investidores. Além das principais perspectivas nos próximos meses.

“Quando nos deparamos com uma informação desta, certamente haverá um sentimento de preocupação frente às incertezas. Acredito que entramos em um cenário em que ninguém sabe qual será o preço justo dessa ação que já sofreu forte queda”, diz Cauê Mançanares, CEO e sócio-fundador da Investo. “Reforço a importância da diversificação na carteira de investimentos”, frisa.

“O rombo representa 1,9 vezes o valor da empresa no mercado, grande o suficiente para quebrar, se não conseguirem levantar capital novo para resgatar o negócio. Para o mercado como um todo, fica o receio de se apenas a Americanas estava adotando essa prática contábil condenável ou se podem surgir rombos de natureza semelhante em outras empresas”, afirma Ivan Barboza, sócio-gestor do Ártica Long Term FIA.

Transparência

“O maior problema é que esse tipo de erro contábil é muito difícil de detectar. Se os demonstrativos financeiros não são preparados da maneira com que deveriam, só quem está vendo a empresa por dentro é que tem informações suficientes para identificar a má conduta”, enfatiza Ivan Barboza.

“As marcas se relacionam com uma série de públicos, entre eles os investidores, parceiros, fornecedores, além, claro, dos consumidores. Existe um ecossistema que funciona em torno daquela companhia. Ainda não se sabe exatamente o que significa essa inconsistência contábil. Mas alguns desses públicos, principalmente os acionistas, já começam a reagir a isso”, analisa Beto Guimarães, CEO da consultoria Interbrand.

Contudo, ele ressalta que a forma como a Americanas comunicou o mercado é positiva, pois indica uma postura transparente. “Quando se pensa em construção e trabalho de marca, essa comunicação já é parte de uma ação”, frisa.

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