sábado, 27 de abril de 2024
Cresce o mercado de flores e paisagismo em Goiás

Cresce o mercado de flores e paisagismo em Goiás

Faturamento do mercado de flores passou de R$ 10 bilhões no Brasil e o setor tem crescido em Goiás; Dia das Mães é a data mais importante.

14 de maio de 2023

Leandro Araújo começou a sua empresa há quatro anos com apenas um funcionário e hoje tem 30 colaboradores

Há quatro anos, o paisagista Leandro Araújo fundou a Agroeng Paisagismo e Jardinagem. No início, eram apenas ele e um jardineiro. Inúmeras vezes descarregou grama do caminhão e fez o plantio em seus projetos. Atualmente, a empresa tem 30 colaboradores, entre jardineiros, engenheiros agrônomos, líderes e administradora. Ainda assim, Leandro corre muito para dar conta das demandas.

O segredo do negócio de Leandro, que também é engenheiro ambiental, é a qualidade. Antes de mais nada, conta que investe na qualificação das pessoas que trabalham na Agroeng. Com essa visão, o empresário goiano deixou de contratar diaristas, o que não é uma tarefa fácil, devido à dificuldade para encontrar mão de obra. Todos seus colaboradores são fixos. “Sempre procuramos deixar uma sementinha, com a meta de que cada projeto gere mais dois”, diz ao EMPREENDER EM GOIÁS (EG). Os frutos vêm com os novos serviços e a manutenção que a empresa faz em jardins.

O mercado de plantas ornamentais está em franco crescimento no Brasil e em Goiás. O faturamento do setor no País saiu de R$ 4,1 bilhões, em 2012, para 10,9 bilhões em 2021, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP). As flores em vasos lideram as vendas, com 58%, seguidas das plantas ornamentais, com 24%, e das flores de corte, 15%.

No ano passado, Leandro fez um projeto na Casa Cor. Na edição deste ano, assina o paisagismo da praça principal. “Paisagismo é arte, é preciso ter tempo para criar, por isso é preciso delegar funções nas mãos de pessoas responsáveis, é um trabalho de equipe”, define. O empresário também faz projetos para famosos, como as casas da atriz Glória Pires, em Maceió (AL), do cantor sertanejo Rodolfo, do ator Eri Johnson, da cantora Naiara Azevedo e da apresentadora Helen Ganzarolli. Mas diz que seu público é das classes A, B e C. “Tenho um preço justo”, define.

Floricultura

O empresário Gilberto Borges está na outra ponta do negócio, no ramo de floricultura e decoração de eventos. Ele está no mercado há 38 anos com sua floricultura, Cantinho 1 e 2. Ele contou ao EG que sua área de atuação estava muito bem, antes da pandemia. Mas o isolamento social comprometeu a realização de festas e recepções. “Temos de nos reinventar sempre”, relata. Com as restrições, buscou melhorar as vendas por telefone, WhatsApp e internet. “É preciso melhorar as redes sociais”, reconhece.

Com a desistência de muitos produtores de flores – que no Brasil se concentram principalmente em São Paulo e Fortaleza (CE) –, ele conta que os valores das flores estão “exageradamente altos”. “Até a guerra (na Ucrânia) atrapalhou”, frisa. Assim, as apostas de boas vendas são em datas festivas, como o Dia Internacional da Mulher, Dia das Mães e o Dia dos Namorados.

O Brasil, hoje, produz mais de 2,5 mil espécies de flores. De acordo com o IBGE, existem atualmente 8 mil produtores de flores e de plantas ornamentais no País. O Dia das Mães, junto com o Dia dos Namorados, representa 40% do faturamento anual do segmento. Aliás, o Dia das Mães é a data que mais fomenta vendas no setor de floricultura. O Instituto Brasileiro de Floricultura projeta aumento de 16% das vendas no País. Felizmente, pontua Gilberto, as goianas gostam muito de arranjos naturais. “Trabalhos bastante com arranjos para recepções, jantares”.

Cuidados

Para o empresário, falta algum incentivo para os empresários que tiveram queda nos negócios e agora têm de lidar com a inadimplência pós-pandemia. Além disso, o transporte de flores, especialmente em um país tropical e de dimensões continentais como o Brasil, exige alto preparo.

Raphael Kanzler, da Thermo Star, indústria brasileira especializada em soluções de refrigeração para transportes, destaca que um dos grandes fatores que prejudicam a vida útil das plantas é a falta de cuidado adequado na logística. “O transporte de flores realizado sem controle de temperatura, irá acarretar perdas, com flores murchas, queimadas e mortas. O transporte de folhagens verdes não é tão sensível, porém, com o controle de temperatura, também trará uma vida útil maior para este tipo de planta”, diz.

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