Liderança humanizada e produtividade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 300 milhões de pessoas no mundo convivem com transtorno de ansiedade. Estudo lançado pela Sapien Labs neste ano aponta que o Brasil ocupa o terceiro pior índice de saúde mental, com 33,5% da população relatando diversos sintomas relacionados à saúde mental. Nesse contexto, é fato que, mesmo que o ambiente de trabalho não seja o principal causador dos sintomas, a pressão vivida nesses ambientes pode agravar os quadros e culminar com a redução da produtividade dos colaboradores.

Baseada nisso, a OMS publicou, em setembro do ano passado, as novas diretrizes sobre saúde mental no trabalho, que, pela primeira vez, recomendam o treinamento de gestores para evitar a construção de ambientes de trabalho estressantes. Nesse aspecto, o modelo de liderança humanizada vem de forma a contabilizar pontos a favor da melhoria da saúde mental do colaborador. Vale ressaltar que colaborador com saúde mental abalada não entrega o máximo de produtividade que é capaz.

A liderança humanizada não encara o colaborador apenas como um empregado, prestador de serviços para a empresa, mas sim, como uma peça importante e que garante a vantagem competitiva sobre seus concorrentes. Nesse meio, um colaborador feliz é mais engajado com o propósito da corporação. Então, pensar em humanizar a liderança está relacionado com o acompanhamento do seu liderado da forma mais empática possível: saber ouvir, estar presente, respeitar, gerar autonomia, demonstrar confiança no processo e valorizar o colaborador são algumas características de uma liderança humanizada. Algumas ações simples podem transformar a sua forma de liderar:

ACOMPANHE – Busque identificar padrões de comportamento de produtividade e engajamento, bem como a queda desses eixos. Vários são os fatores que podem desmotivar seu liderado, então, saiba identificar esse momento a fim de resgatar a motivação e o empenho. Lembre-se: o seu colaborador possui “vida fora do ambiente corporativo” e, se algo não está bem, certamente teremos uma mudança no perfil de entrega. Saiba identificar, acompanhar e propor melhorias.

SEJA EMPÁTICO – Demonstre interesse pelo outro e o acolha nos momentos difíceis. Talvez você não saiba exatamente por qual luta interna o colaborador está passando no momento, por isso, seja empático com a situação do outro. Isso gera confiança e sentimento de que ele pode contar com o líder e, consequentemente, com a empresa.

SAIBA GERIR NA DIFERENÇA – Cada pessoa é única e cada colaborador pode precisar de um perfil diferente de liderança. Identifique essas diferenças de padrões a fim de proporcionar aos colaboradores as melhores ações enquanto líder.

INTEGRE O TIME – Uma equipe integrada tende a se apoiar em momentos de instabilidade, gerando mais segurança durante o processo. Promova cafés, encontros, rodas de conversa descontraídas e ações que promovam integração e coesão de todos.

E o mais importante:

FAÇA ESCUTA ATIVA – Essa é a peça fundamental da liderança humanizada. É de grande importância que o líder conheça seu liderado: é preciso saber sobre seus desejos, objetivos e inseguranças; apoiar os projetos pessoais; demonstrar interesse e ajudar no desenvolvimento e na obtenção desses projetos, se possível.

Ações simples como essas retiram o líder do pedestal corporativo e o aproximam do time. Quando um líder envolve seu time por meio de uma gestão humanizada, os efeitos positivos são surpreendentes, como a melhoria da produtividade e do clima organizacional, a retenção de talentos na empresa e o aumento da lucratividade. Tudo o que as empresas e o mercado de trabalho buscam atualmente.

Ariane Mutti tem graduação em Gestão Comercial e MBAs em Gestão de Pessoas, Desenvolvimento Profissional e Marketing Estratégico. É gerente da Faculdade Una em Jataí