segunda-feira, 29 de abril de 2024
Mulheres aprendem a cuidar das finanças da empresa

Mulheres aprendem a cuidar das finanças da empresa

Fluxo de caixa, capital de giro, pró-labore, precificação. Esses conceitos, muitas vezes, complicam a vida do empreendedor e, consequentemente, colocam em risco o negócio. Com objetivo de ensinar micro e pequenas empresárias sobre eles, de modo que a saúde do empreendimento seja preservada, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realizou […]

5 de fevereiro de 2020

Nilza Perim – “Procurei esse curso exatamente porque ele é feito para mulheres. Acho que as mulheres se entendem de forma diferente”

Fluxo de caixa, capital de giro, pró-labore, precificação. Esses conceitos, muitas vezes, complicam a vida do empreendedor e, consequentemente, colocam em risco o negócio. Com objetivo de ensinar micro e pequenas empresárias sobre eles, de modo que a saúde do empreendimento seja preservada, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realizou nesta terça-feira (4), em Goiânia, o curso Gestão Financeira, voltado para mulheres.

O treinamento integra a Primeira Jornada de Transpiração do programa Passaporte Mulher de Negócios – outros três módulos serão realizados: Liderança, Gestão da Marca e Mídias Digitais. Segundo dados do Sebrae, as mulheres são responsáveis por 34% das pequenas e micro empresas no Brasil, totalizando 9,3 milhões e empreendedoras.

Ana Maria – “Se o empreendedor não sabe gerenciar a si próprio, não saberá gerenciar um negócio”

Pilares

Conforme a gestora do Passaporte da Mulher de Negócios do Sebrae, Vera Lúcia Oliveira, o programa tem três pilares: o “Eu” (fase de inspiração, despertar do autocontrole, elevação de autoestima e desenvolvimento de competências), o “Meu” (etapa de desenvolvimento do negócio) e o “Nosso” (etapa de encontros coletivos e individuais com objetivo de qualificação).

O curso Gestão Financeira está inserido nesse terceiro pilar. “As pequenas e micro empresas são especialmente vulneráveis e não têm facilidade de lidar com as questões financeiras”, explica. Segundo Vera Lúcia, dominar esse setor é fundamental para a consolidação do empreendimento. “As decisões são tomadas com mais segurança. Capacitada, a empreendedora não toma decisões baseadas no sentimento”, acredita.

A gestora do Sebrae afirma, ainda, que a dificuldade de lidar com as finanças, que pode comprometer todas as áreas do negócio, tem raízes culturais que extrapolam o mundo dos negócios. “Nós [brasileiros] não temos formação financeira”, afirma.

Márcia Melo e Vera Lúcia: importância da iniciativa do Sebrae para ajudar as empreendedoras no controle das finanças das empresas

Disciplina

A consultora Márcia Melo, responsável pelo curso, diz que a maior dificuldade do empreendedor é ter disciplina. “A gestão financeira é uma prática cotidiana, que requer planejamento e estratégia”, resume. “Quando pergunto sobre o fluxo de caixa, muitos empreendedores dizem que não fazem há vários dias. Então eu digo: você não tem fluxo de caixa. Fluxo de caixa tem de ser feito todos os dias”, exemplifica.

Márcia Melo diz que os três principais pecados do empreendedor, nessa área, são não ter capital de giro, não fazer fluxo de caixa e não ter controle de gastos, misturando o dinheiro da empresa com os recursos pessoais. “Muitos empreendedores não sabem, sequer, se estão tendo lucro, pois observam apenas o movimento de entrada e saída. Outros usam o capital de giro para fazer investimentos, porque não têm conhecimento de linhas de crédito e de crédito consciente”, diz.

Foi exatamente para aperfeiçoar a relação entre retiradas dos sócios e o dinheiro do negócio Nilza Perim se inscreveu no curso, mesmo com 20 anos de experiência diante da WP Autopeças. “O mais difícil é separar o pró-labore dos recursos que são da empresa”, afirma a empreendedora, que também tem interesse em aperfeiçoar o controle do fluxo de caixa. “Procurei esse curso exatamente porque ele é feito para mulheres. Acho que as mulheres se entendem de forma diferente”.

Ana Maria Carvalho Santos ainda está na fase de estruturação da Consultoria Ubuntu, que atuará, entre outras coisas, no incentivo ao empreendedorismo entre mulheres negras. Sobre o curso do Sebrae, ela diz que sempre teve dificuldade em administrar finanças, mesmo tendo formação em Matemática. “Se o empreendedor não sabe gerenciar a si próprio, não saberá gerenciar um negócio”, acredita.

O Passaporte Mulher de Negócios prossegue nos próximos meses, com as jornadas Gestão de Marca, em abril, e Mídias Digitais, em maio. (Fotos: Sílvio Simões/Sebrae)

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