A fama de que o goiano é conservador em relação a seus investimentos está caindo por terra. Em janeiro de 2020, Goiás foi o 10º Estado com maior número de investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e o 11º em valores de investimentos na cifra de bilhões, segundo o histórico de pessoas […]
A fama de que o goiano é conservador em relação a seus investimentos está caindo por terra. Em janeiro de 2020, Goiás foi o 10º Estado com maior número de investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e o 11º em valores de investimentos na cifra de bilhões, segundo o histórico de pessoas físicas da B3. De acordo com o sócio da Vertente Capital, Cleiton Mendes, os investimentos dos goianos estão se sofisticando. Boa parte das alocações, que estavam em renda fixa, observa, tem migrado para os fundos e ações. Isso porque muitos que optavam pelas aplicações tradicionais não estão conseguindo vantagens com os rendimentos para trocar de carro ou fazer viagens. “A redução da rentabilidade tem feito com que as pessoas busquem uma diversificação maior”, argumenta.
Além disso, só a Vertente está dando andamento a 12 transações este de ano no mercado de capitais para empresas goianas e do Centro-Oeste que pretendem fazer fusões, aquisições, operações de crédito estruturado para captar recursos e, até mesmo, já cogitam se prepararem para abertura de capital na Bolsa de Valores. Atuando em Goiás há quatro anos, a Vertente Invest registrou crescimento de 70% em volume de investimentos em 2019, entre os clientes do segmento corporativo, alta renda e private.
Para Marcelo Estrela, sócio e agente autônomo de investimento da empresa, diferente do que diz o senso comum, o goiano não tem nada de conservador. Cerca de 80% dos clientes da casa são de perfil moderado e a minoria, 5%, é conservadora. “O goiano sabe correr riscos e ganhar dinheiro e aprendeu a fazer isso muito bem nos mercados imobiliário e no agronegócio. É uma questão cultural, que acaba refletindo no mercado financeiro”, diz.
Outro ponto que Marcelo destaca é o processo de transição nas empresas, onde os pais, com mais idade, estão passando o bastão para os filhos, que têm olhado um pouco melhor para a liquidez. “A gente percebe um número maior de pessoas tentando entender como funciona o mercado de ações, mas é preciso crescer de uma forma bem assessorada. Tem que entender muito da dinâmica empresarial e da economia para saber onde os papéis vão valorizar”, explica..
Se não falta DNA, faltam informações para que ele ouse mais nesse mercado. Antenada a esse diagnóstico, levar informações para os investidores goianos é o propósito da Vertente em 2020, que iniciou uma série de eventos, a partir de um encontro com representantes da Constância Investimentos, que adotou uma metodologia de composição de fundos mais diversificada em número de ações, o que diminui os riscos para o investidor. A estratégia já é bastante utilizada no mercado americano e europeu.
Atualmente, frisa o diretor de Relações com Investidores da Constância Investimentos, Luiz Fernandes, o investidor está muito interessado em entrar nesse mundo dos investimentos. “Há alguns anos, muita gente nem queria ouvir quando se falava em renda variável, pois achava que era de altíssimo risco. Mas à medida que o Brasil vai tentando se ajustar e os juros vão caindo (hoje temos uma taxa básica de juros de 4,25%), as pessoas começam a investir em ações. Para começar, o fundo de ações é uma alternativa melhor do que você ir sozinho comprar ações que não conhece”, explica.