domingo, 28 de abril de 2024
Cooperativismo e a nova economia

Cooperativismo e a nova economia

A profunda crise que vivemos atualmente vem mostrar que, quando a superarmos, o mundo será diferente. Não sobreviverá o mais forte e sim, ampliando a frase atribuída ao biólogo Charles Darwin, aqueles que melhor se adaptarem ou já estiverem preparados. O ambiente digital será o meio mais comum por onde iremos trafegar, mas, no entanto, […]

8 de julho de 2020

A profunda crise que vivemos atualmente vem mostrar que, quando a superarmos, o mundo será diferente. Não sobreviverá o mais forte e sim, ampliando a frase atribuída ao biólogo Charles Darwin, aqueles que melhor se adaptarem ou já estiverem preparados. O ambiente digital será o meio mais comum por onde iremos trafegar, mas, no entanto, a centralidade estará nas pessoas e no respeito ao meio ambiente. A este contexto encaixa-se o conceito da nova economia. A economia compartilhada.

Um dos modelos mais eficazes e comprovados de economia compartilhada é o cooperativismo. Como disse o cooperativista Ênio Meinen: “No cooperativismo a atividade econômica atinge a finalidade humana”. Nada mais atual e necessário para o mundo pós-pandemia. No nosso modelo econômico a ajuda mútua, o compartilhamento de resultados e o interesse pela comunidade são mais do que intenções ou ações circunstanciais. São princípios universais praticados por 1,2 bilhão de cooperados no mundo, quase 15 milhões no Brasil e 250 mil em Goiás.

Quando estamos no olho do furacão como agora, parece difícil saber o que vem após a tempestade. Entretanto, quem está no cooperativismo consegue enxergar melhor o novo horizonte. Basta observarmos o cenário atual para percebermos isso mais claramente. Muitas das ações difundidas no mercado e na sociedade hoje são praticadas pelo nosso setor há mais de um século, já fazem parte do nosso DNA. É a intercooperação, a economia solidária, compartilhada e colaborativa.

A atual crise deixará em seu rastro o fechamento de milhões de postos de trabalho e uma legião de trabalhadores e pais de família sem emprego e renda no Brasil. A exemplo do que ocorreu na Revolução Industrial, causadora do surgimento do cooperativismo em Rochdale, ou no pós-guerra na Espanha, quando surgiu o complexo de cooperativas de Mondragón, novamente os arranjos empresariais em torno de cooperativas poderão ser a solução para reduzir o desemprego, gerar renda e fomentar o desenvolvimento econômico e social.

Goiás ocupa a sexta posição entre os Estados no Brasil em termos de desenvolvimento do cooperativismo, ainda um pouco distante dos cinco primeiros colocados. Mas já somos responsáveis por cerca de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) goiano. Temos desenvolvido nosso trabalho institucional no sentido de despertar pessoas e governos para este novo modelo econômico, que chamamos de economia consciente ou capitalismo civilizado. Dedicamos especial atenção às mulheres e jovens.

Estamos certos de que a recuperação será mais rápida neste novo modelo econômico.

Um ponto fundamental é que as cooperativas são sociedades de pessoas, não de capital. O capital pode mudar de mãos ou perder valor, mas as pessoas permanecem juntas, mantendo a força e a resistência do conjunto. Tudo isso, somado, é o que nos dá credibilidade e nos fortalece para a superação.

Para obtermos resultados mais expressivos no Estado, temos a consciência de que precisamos qualificar cada vez mais a nossa comunicação e nos inserirmos no ecossistema da inovação. Neste quesito, acreditamos que as cooperativas baseadas em plataformas serão uma grande saída para profissionais autônomos oferecerem seus serviços, sem terem de pagar altas taxas de intermediação. Por tudo que conhecemos e estamos vivenciando, sabemos que um mundo novo é realidade e que nele o cooperativismo reúne todos os ingredientes para ser um agente de mudanças altamente estratégico.

Presidente do Sistema OCB/GO.

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