O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu hoje (05/08), por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,00% ao ano. É a menor taxa na história do Banco Central e, se descontada a inflação acumulada (IPCA) dos últimos 12 meses (4%), se torna negativa. O principal motivo para a decisão […]
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu hoje (05/08), por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,00% ao ano. É a menor taxa na história do Banco Central e, se descontada a inflação acumulada (IPCA) dos últimos 12 meses (4%), se torna negativa. O principal motivo para a decisão é o cenário econômico recessivo, agravado neste ano pelos efeitos da pandemia da Covid-19 nas atividades econômicas do País, apesar de alguns indicadores apontando para alguma reação.
No cenário externo, a pandemia continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão. Nesse contexto, apesar de alguns sinais promissores de retomada da atividade nas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador.
Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes sugerem uma recuperação parcial. Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. A incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano.
O Comitê avaliou que diversos indicadores de inflação permanecem abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta. As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus, encontram-se em torno de 1,6%, 3,0% e 3,5%, respectivamente. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 2% e se eleva até 3% em 2021 e 5% em 2022.
O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros da economia.