segunda-feira, 29 de abril de 2024
Fieg quer aumentar de 9% para 50% uso do BIM pelas empresas

Fieg quer aumentar de 9% para 50% uso do BIM pelas empresas

Aumentar de 9% para 50% a utilização pelas empresas do Building Information Modeling (BIM),Modelagem da Informação da Construção, para compatibilização e gestão de projetos, é a meta da Câmara da Indústria da Construção (CIC) e do Senai Goiás. A informação foi anunciada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, […]

11 de novembro de 2020

Sandro Mabel e Sarkis Curi, durante workshop sobre Building Information Modeling (BIM), Modelagem da Informação da Construção

Aumentar de 9% para 50% a utilização pelas empresas do Building Information Modeling (BIM),Modelagem da Informação da Construção, para compatibilização e gestão de projetos, é a meta da Câmara da Indústria da Construção (CIC) e do Senai Goiás. A informação foi anunciada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, durante workshop virtual promovido na terça-feira (11) que reuniu empresários, representantes da gestão municipal e estadual, bem como profissionais ligados à construção civil.

O BIM é um conjunto de informações geradas durante a obra e pós-obra (gestão da manutenção). O modelo permite simular a edificação e entender seu comportamento antes da construção ter sido iniciada, auxiliando nas decisões de projeto. A ferramenta permite o gerenciamento de todos os dados da obra, documentando o projeto de forma mais rápida e proporcionando mais segurança e qualidade, sobretudo na compatibilização dos projetos complementares.

De acordo com dados apresentados pelo consultor da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Rogério Suzuki, cerca de 61% das obras realizadas no Brasil são entregues com atraso e 63% delas têm custo final acima do planejado. Os dados fazem parte da Coletânea Guias BIM CBIC, que ouviu mil profissionais e empresas das áreas de projetos, construção e incorporação. A pesquisa revela ainda que a implantação da ferramenta BIM melhora a visualização e o entendimento de projetos (99%), reduz problemas causados por projetos em obras (100%), melhora o controle dos prazos (99%) e otimiza o controle dos custos (99%).

Para Rogério Suzuki, o principal desafio na implantação da tecnologia é a mudança comportamental dos profissionais envolvidos. “Não se faz BIM sem profissionais qualificados e preparados. Não é só tecnologia, mas processos e políticas que permitem a construção colaborativa. É preciso mudar o mindset. É fundamental definir uma estratégia e saber onde quer chegar. A ferramenta otimiza essa gestão ao padronizar ações”, explicou.

Rogério Suzuki.consultor da CBIC: “Não se faz BIM sem profissionais qualificados e preparados”

Qualificação

O diretor da Faculdade Senai Fatesg, Dario Queija, reforçou a percepção sobre a necessidade de se investir na qualificação dos profissionais envolvidos no processo e reafirmou a capacidade técnica do Senai em assessorar e auxiliar as empresas goianas interessadas em investir em recursos humanos. “O principal ativo são as pessoas, porque isso se desdobra no dia a dia, em comportamento, em interesse. Temos a estrutura e as ferramentas para formar colaboradores preparados e o Senai está pronto para apoiar as empresas do setor”, afirmou.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Goiás (Sinduscon-GO), Eduardo Bilemjian, argumentou que a questão da evolução tecnológica é cultural, sendo necessário provocar a discussão e essa transformação. “É um movimento que não acontece do dia para noite. Agora, como fazer isso? Esse é o grande desafio que temos pela frente”, analisou. A gerente BIM da Sinco Engenharia, Priscila Castro, compartilhou a experiência da construtora na implantação da ferramenta, que culminou, em 2017, com a conquista do Prêmio BIM Sinduscon-SP, com case de projeto e obra de shopping center. Desde então, os processos vêm sendo aperfeiçoados, sobretudo com foco em gestão.

Setor público

Durante o workshop, mediado pelo empresário Sarkis Nabi Curi, o presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, anunciou que foi realizado investimento de cerca de R$ 7 milhões para instalação de centro tecnológico, incluindo compra de equipamentos e licenças de software. “Queremos deixar um legado para a sociedade com a implantação do BIM. Os órgãos públicos têm que ser mais institucionais e menos políticos e a informatização tem importância nessa transparência”. A formação da equipe da Goinfra para qualificação na ferramenta BIM será realizada pelo Senai Goiás.

Também presente no encontro virtual, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Celmar Rech, afirmou que transparência e comunicação são palavras chaves para que o poder público possa licitar melhor e otimizar o uso dos recursos públicos. “A implantação do BIM vem contribuir com a sanidade fiscal do Estado”.

O debate foi acompanhado, ainda, por representantes da Enel, Saneago, da Agência Goiana de Habitação (Agehab) e das secretarias municipais de Goiânia de Infraestrutura (Seinfra) e de Planejamento e Habitação (Seplanh). Participaram do encontro cerca de 320 profissionais do setor, incluindo representantes do Conselho Regional de Engenharia de Goiás (Crea-GO), da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), do Sindicato dos Engenheiros de Goiás (Senge) e da Associação das Empresas de Engenharia (AGE).

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