domingo, 28 de abril de 2024
IPO: Boa Safra, de Formosa, quer captar recursos na Bolsa

IPO: Boa Safra, de Formosa, quer captar recursos na Bolsa

Com sede em Formosa (GO), a Boa Safra Sementes é mais uma empresa goiana que pretende captar recursos na Bolsa de Valores ao protocolar seu pedido de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em outubro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao contrário da maioria das companhias, cujos IPOs são acompanhados […]

30 de novembro de 2020

Fundada há mais de 40 anos, a Boa Safra detém 6,5% do mercado de sementes no Brasil

Com sede em Formosa (GO), a Boa Safra Sementes é mais uma empresa goiana que pretende captar recursos na Bolsa de Valores ao protocolar seu pedido de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em outubro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao contrário da maioria das companhias, cujos IPOs são acompanhados de uma oferta secundária de ações (dinheiro que vai para os acionistas vendedores), a Boa Safra deve realizar apenas a oferta primária, isto é, os recursos captados serão injetados no caixa.


A empresa goiana se apresenta como uma das maiores fornecedoras de sementes do Brasil. Fundada há mais de 40 anos, a Boa Safra afirma deter 6,5% de participação nesse mercado, com capacidade de processamento de 111 toneladas de sementes por hora. No acumulado do ano, esse ritmo já representa 25 milhões de sacas de 40 quilos de sementes beneficiadas. São cinco unidades de beneficiamento: Formosa, Cabeceiras, Água Fria e Planaltina em Goiás, além de Buritis (MG).


No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a Boa Safra divulgou receita líquida de R$ 356,3 milhões, ante R$ 199,7 milhões do mesmo período do ano passado. A companhia também reverteu o prejuízo reportado há 12 meses e lucrou R$ 31,5 milhões no período. O Ebitda disparou de R$ 1,732 milhão para R$ 60,5 milhões, saltando de 0,87% para 16,97%. Além disso, embora a dívida líquida tenha crescido, o nível de endividamento da empresa goiana baixou, quando medido pela relação dívida líquida/Ebitda, de 59,15 vezes para 1,84 vez.


O chefe do mercado de capitais de renda variável do BTG Pactual, Fábio Nazari, lembra que os bancos locais, com penetração pelo interior do País, começaram a identificar uma gama de empresas que vêm ganhando porte e que, por trás, têm uma história de empreendedorismo, um objeto de grande apetite dos investidores tanto locais como estrangeiros. Mas o caminho é muito longo para diminuir a concentração regional de empresas listadas na Bolsa brasileira. Hoje, a B3 tem 435 empresas – sendo que 320 são de São Paulo ou Rio de Janeiro, ou seja, quase três quartos do total. Se tirar da conta Minas Gerais e Rio Grande do Sul, sobram apenas 59 empresas das demais regiões do País.


Entretanto, 2020 vai entrar para a história da Bolsa não apenas por ter atingido um número recorde de investidores, mas também por conta da onda de aberturas de capital, em meio a uma crise sanitária global. Mas, com as incertezas em relação à economia e à pandemia, muitas empresas já ficaram pelo caminho. Em outubro, quando 10 companhias cancelaram os processos de abertura de capital, chegou a se falar em uma “onda de desistências”. Por enquanto algumas decidiam dar um passo atrás e esperar, outras correram para colocar o plano em curso.


“Com a piora do quadro fiscal e inércia do Congresso por conta da eleição municipal, nossa bolsa perdeu força”, explica Pedro Galdi, analista de investimento da Mirae Asset. Galdi acredita, no entanto, que a janela não se fechou. “Minha visão é que para este ano ainda possa acontecer alguma operação, mas fica para o ano de 2021 a retomada”, disse. Assessor de investimentos e sócio da EQI, Elias Wiggers também espera a continuidade das ofertas no ano que vem. “Não acredito que teremos grandes lançamentos em dezembro. O mercado está em período de stand by, aguardando um 2021 menos atribulado para voltar à bolsa”.

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