domingo, 28 de abril de 2024
Lei seca começa nesta semana em Goiás

Lei seca começa nesta semana em Goiás

Decidido: o governador Ronaldo Caiado deve publicar decreto até amanhã (27/01) no Diário Oficial do Estado com as novas medidas de restrição às atividades econômicas para combater o aumento da propagação da Covid-19 em Goiás. A principal delas será a implantação da lei seca a partir das 22 horas em todos os bares, restaurantes, casas […]

26 de janeiro de 2021

Governador Caiado confirmou que novo decreto já está sendo preparado

Decidido: o governador Ronaldo Caiado deve publicar decreto até amanhã (27/01) no Diário Oficial do Estado com as novas medidas de restrição às atividades econômicas para combater o aumento da propagação da Covid-19 em Goiás. A principal delas será a implantação da lei seca a partir das 22 horas em todos os bares, restaurantes, casas noturnas e de eventos, distribuidoras de bebidas e estabelecimentos similares em todo o Estado. A Polícia Militar será acionada para fiscalizar o cumprimento das medidas e novas restrições para os próximos dias não foram descartadas pelo governador.

Ronaldo Caiado confirmou, em entrevista hoje (26/01) para a TV Anhanguera, que o decreto com as novas medidas já está sendo preparado depois de confirmar o apoio da maioria dos 246 prefeitos goianos. O governador antecipou aos prefeitos, representantes das entidades de classe e políticos na segunda-feira passada as medidas que estavam em estudo pelo governo para conter o avanço do coronavírus no Estado. Estas e outras ações devem entrar em vigor em Goiás a partir desta quinta-feira, conforme antecipado pelo EMPREENDER EM GOIÁS na sexta-feira (leia aqui) passada.

A implantação da lei seca dividiu a opinião de lideranças empresariais de Goiás. Os representantes do segmento de bares e restaurante, claro, são os que mais criticam. O Sindibares Goiânia divulgou nota ontem à noite para afirmar que entende necessidade de medidas para conter o avanço da Covid-19, mas recebe a notícia da proibição de venda de bebidas alcoólicas a partir de 22 horas “com pesar”.


“Muitos empresários do setor estão se sentindo injustiçados com essa nova proibição. Bares e restaurantes, que desde a reabertura funcionam com 50% da capacidade, ainda não retomaram as vendas como antes e ainda amargam prejuízos. Com essa nova medida a situação deve piorar ainda mais. A categoria ficou cinco meses de portas fechadas, e a reabertura foi de forma eficiente seguindo todos os protocolos de segurança. Os estabelecimentos hoje funcionam com 50% da capacidade e com a proibição de venda de bebidas alcoólicas os estabelecimentos terão grandes prejuízos”, afirma o presidente da entidade, Newton Pereira, que ainda aguarda um posicionamento oficial da Prefeitura de Goiânia.


Ainda segundo o presidente do Sindibares, durante o segundo semestre de 2020, os bares e restaurantes estavam funcionando e os números de casos de coronavírus estavam estáveis, chegando a ter redução. Inclusive Prefeitura e Estado reduziram o número de leitos de UTI. “O setor não pode levar a culpa pelo aumento da doença em nosso estado” afirma Newton. Ele explica que o número da doença hoje é reflexo de festas clandestinas, comércios ilegais que não respeitam os protocolos e até mesmo o período eleitoral onde foi registrado diversas aglomerações.


O presidente da Abrasel, Fernando Machado, também se posicionou totalmente contra as medidas anunciadas pelo governo. Disse que prefere esperar a divulgação oficial das medidas para fazer uma avaliação mais minuciosa dos impactos econômicos. Mas, adiantou o setor não apoia o fechamento das empresas, nem mesmo com a proibição de vendas e consumo de bebidas alcoólicas a partir das 22 horas.

Já os presidentes da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, e da Acieg, Rubens Fileti, declararam apoio às medidas anunciadas pelo governador Caiado, como a lei seca, desde que sejam por um curto período de tempo (máximo 20 dias). “A solução passa pela conscientização da população de que estamos enfrentando uma pandemia, pelas ofertas de mais leitos hospitalares, de pessoal para atuar na área de saúde e dos equipamentos necessários em hospitais. Mas, diante do agravamento do quadro em Goiás e em todo o País, é melhor uma lei seca, neste momento, do que o lockdown”, disse Baiochi.

O presidente da Acieg afirma que a entidade tem uma posição contrária à qualquer restrição ao setor produtivo. Porém, também diante do agravamento da pandemia, Fileti entende que a adoção da lei seca, desde que seja por breve período, é uma das soluções para se conter a propagação do vírus, até mesmo de se evitar o fechamento do comércio em geral.

Pandemia
Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, já são três semanas consecutivas de aumento no número de pessoas infectadas pelo vírus em Goiás. Na maioria dos municípios goianos não há estrutura para atender os pacientes de Covid-19. E há aceleração de transmissão da doença em vários municípios goianos, como Jataí, onde está a maior taxa, Trindade, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Rio Verde, Águas Lindas, Luziânia, além de Novo Gama e Senador Canedo.

A superintendente de Vigilância em Saúde, Fluvia Amorim, teme que a segunda onda da Covid-19 em Goiás seja pior que a primeira, como está ocorrendo em vários Estados. Durante a videoconferência, desta segunda-feira, ela foi enfática ao defender a adoção da lei seca e restrições a eventos, em todo o Estado, como uma das formas de conter o avanço da pandemia.

O portal EMPREENDER EM GOIÁS tem como principal objetivo incentivar, apoiar e divulgar os empreendedores goianos com conteúdos, análises, pesquisas, serviços e oportunidades de negócios.

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3 thoughts on “Lei seca começa nesta semana em Goiás”

  1. geralmente quem tá morrendo de covid são os idosos, são exatamente os que ficam em casa. bares abertos faz que os mais novos fiquem menos tempo em casa, abrace menos os mais idosos, compartilhem menos os talheres e móveis, usem menos os sanitários. em tese, bares abertos salvam vidas, pelo menos enquanto não compreendermos que o pior da contaminação é dentro das nossas casas, e aparecerem recomendações sérias de como devemos nos comportar dentro de casa.

  2. Ana disse:

    Essas medidas são ridículas. De onde tiram que parar com venda de bebidas às 22h vai ter algum efeito na propagação do vírus? Ah, já sei. O governador tirou da bunda dele.

  3. Livia Gonzaga Barbosa Santos disse:

    Sou a favor da lei seca desde que diminuam a aglomeração dentro dos ônibus para também evitar a propagação do vírus. Ontem, por volta das 18h estive no centro, na Av. Anhanguera e vi o eixo Anhanguera trafegando sentido praça da bíblia. Fiquei chocada em ver a quantidade de pessoas espremidas dentro daquele ônibus. Porque os bares e outras comércios estão sendo penalizados e as empresas de ônibus não. Fica a pergunta, aguardando resposta.