Daus quer dobrar de tamanho e faturar R$ 3 bi

Muitos goianos não sabem, mas uma das bebidas lácteas multiuso usadas em sobremesas e bebidas como sorvetes expressos, milk-shakes e sundaes servidas por grandes redes de fast food de todo o Brasil, Uruguai, Paraguai e Peru, é fabricada no interior de Goiás, pela Daus Indústria de Alimentos. Fundada em 2000 com o nome de Ourolac e com parque fabril de quase 14 mil metros quadrados em Ouroana, distrito de Rio Verde, no Sudoeste Goiano, é também referência no mercado brasileiro com o seu creme culinário e chantilly.

A Ourolac, fundada pelo empresário Geraldo Magela Camargo de Mello, que tinha como principal produto o queijo, passou a se chamar Daus em janeiro último. Desde 2006, mudou o seu mix de produtos. Atualmente, comercializa quatro famílias de lácteos, tendo como principais marcas a LactoPro M (indicada para a produção de calda base – láctea – para picolés e sorvetes de massa), a LactoPro V (usada em várias receitas como milk-shakes, smoothies, drinks, flans e em outras sobremesas geladas e no sorvete expresso, aquele que é servido em casquinhas), além de creme culinário e chantilly.

No ano passado, a Daus faturou R$ 195 milhões e fez um aumento de capital de R$ 10 milhões, por meio de aporte da família Magela, que tem 78% do capital da empresa. Os outros 22% pertencem a 2bCapital S.A (gestora de fundos de Private Equity do Grupo Bradesco). Este ano, projeta dobrar de tamanho e chegar a R$ 3 bilhões em 2025.

Para alcançar a meta de R$ 3 bilhões de faturamento, a empresa está reestruturando seu parque industrial, adquiriu uma nova planta e vai construir outra fábrica. Nos últimos três anos, investiu R$ 60 milhões em novos equipamentos. Este ano, adquiriu, por R$ 20 milhões, uma planta de lácteos vizinha à Ouroana, em Goiaporã, distrito de Amorinópolis, que está sendo reestruturada e entrará em operação no próximo ano. Em 2022, a empresa vai construir uma nova indústria, em local que ainda está sendo prospectado, e demandará investimentos de R$ 40 milhões. Poderá ser em Goiás ou Minas Gerais.

Com o aumento da capacidade de produção, a Daus entrou, no mês passado, no mercado de leite UHT mais natural, e é também referência no mercado de Ultra High Temperature (UHT). Em julho, começará a atuar no e-commerce, um novo canal de vendas que está acelerado mundialmente, sobretudo por causa da pandemia da Covid-19. Vai também aumentar o mix de produtos, fabricando alimentos concentrados como leite em pó, leite condensado, produtos fitness, suplementos lácteos para idosos e crianças e outros.

Além de atender todo o mercado nacional na rede atacadista, com 89 distribuidoras, a Daus está colocando seus produtos também no varejo e vai expandir suas exportações para todos os países da América do Sul, anuncia o diretor de Supply, Plínio Sousa Cândido. A médio prazo, a meta é trabalhar com os mercados da Ásia e da África. A empresa está em processo de habilitação para exportar para Argentina, Filipinas, Taiwan, Kuwait, Japão e China.

A indústria processa 180 milhões de litros/ano de produtos lácteos. Em Ouroana, emprega 400 trabalhadores. Entre os principais clientes da Daus, com a compra de matéria-prima do sorvete de casquinha, estão as redes Giraffas, Bob´s, Burger King, KFC, Bullguer e indústrias gerais como Cacau Show, Oggi Sorvetes, Pimpinella e Mezzani, além de outras, espalhadas por todo o Brasil, Uruguai, Paraguai e Peru.