A pandemia fez com que o cenário de incertezas se tornasse cada vez mais presente e está ocupando um espaço gigante na forma de gerenciar as empresas. “Nós temos que lidar com o possível fim da pandemia no futuro e também a sua atual expansão e seus diferentes impactos no dia a dia e também […]
A pandemia fez com que o cenário de incertezas se tornasse cada vez mais presente e está ocupando um espaço gigante na forma de gerenciar as empresas. “Nós temos que lidar com o possível fim da pandemia no futuro e também a sua atual expansão e seus diferentes impactos no dia a dia e também no ambiente corporativo. Na vida, a gente até tenta prever as coisas. Tentamos prever, por exemplo, se irá ou não chover no dia seguinte. Não é uma adivinhação, é se planejar, caso aconteça. É exatamente o que o mundo empresarial está tentando fazer”, afirma Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) Brasil
Paulo explica que há três raciocínios possíveis nesse caso: tentar prever, se planejar e se preparar para o que possa acontecer. “As organizações se planejaram para voltar ao trabalho da maneira x ou y, sobretudo a partir de janeiro, seguindo os protocolos de segurança, mas estar preparado com planos B e C é fundamental, pois estamos em uma vivência de incerteza”, diz.
É o que o Banco Toyota do Brasil, por exemplo, está vivendo. A instituição adotou o home office em março de 2020 e, no dia 6 de dezembro de 2021, criou uma política de modelo híbrido, na qual os colaboradores deveriam trabalhar apenas oito dias por mês presencialmente. O banco decidiu, oficialmente, adotar o modelo híbrido de trabalho. A recomendação geral era que, diariamente, as equipes não ocupassem mais de 50% da capacidade total do escritório, que é de 145 postos.
“Estávamos começando a testar o modelo híbrido, mas sempre deixamos claro que é uma política que, conforme as necessidades, será rediscutida e faremos alterações”, explica Maria Teresa Bertoldi, superintendente de Recursos Humanos do Banco Toyota. Mas a estratégia durou pouco tempo diante do avanço da pandemia. O modelo híbrido foi encerrado no dia 24 de dezembro e todos os cerca de 180 funcionários da empresa voltaram ao home office todos os dias.
Para Paulo, essas mudanças impactam diretamente os modelos de liderança e de estratégia de cada empresa. “Precisamos aprender a trabalhar com prejuízo, pois não há uma solução perfeita. Há muitas pessoas que não conhecem pessoalmente os integrantes da sua equipe e isso permanecerá assim por enquanto”,diz.
Resultados
O presidente da ABRH explica que os modelos de trabalhos estão totalmente associados aos desempenhos e resultados das empresas. “É indiscutível que existe uma produtividade que vem da interação social e presencial, de estar em volta de uma mesa com o mesmo propósito e valores. Isso nós vamos demorar um pouco mais para alcançar novamente. Mas não enxergo isso como prejuízo, porque nós já aprendemos a lidar com este cenário e algumas empresas até concluíram que não tiveram sua produtividade impactada, porque foram substituídas por outras, como não perder horas em um engarrafamento”, afirma.
Diversas ações foram criadas pelo Banco Toyota, por exemplo, para que o home office fosse possível, produtivo e seguro para seus funcionários, como programas de treinamentos, disponibilização de recursos de tecnologia para comunicação como notebooks, monitores, teclados, fones de ouvido, além de itens para garantir a ergonomia no trabalho, como cadeiras, apoio para pés e suporte para computador, garantindo o máximo de conforto na rotina dos profissionais. Como resultado, a produtividade das equipes aumentou e, em 2021, o banco bateu seu recorde de faturamento no Brasil.
Teresa ressalta ainda que o comunicado enviado internamente informa a suspensão das idas ao escritório por tempo indeterminado, mas reforça que tudo será reavaliado assim que possível. “O modelo híbrido, em comparação ao 100% home office, nos ajuda a manter a cultura da empresa viva e isso é excelente para ambos os lados. O Banco Toyota certamente vai adotar esse modelo como política daqui para frente”, diz.