Com a franca expansão do mercado de carros elétricos no Brasil, Goiás torna-se especialmente atraente, pois dispõe de reservas da maioria dos recursos minerais para a produção das baterias.
Inúmeros bens minerais são importantes para a produção das baterias de carros elétricos, dentre eles estão o níquel, lítio, cobre e cobalto. Com a franca expansão do mercado de carros elétricos no Brasil, Goiás torna-se especialmente atraente, pois dispõe de reservas da maioria desses recursos minerais.
Segundo o Sindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito Federal (SIEEG), Goiás é o maior produtor de minério de níquel do Brasil e detém 74% das reservas brasileiras do mineral que estão localizadas em Niquelândia, Barro Alto e Iporá e são responsáveis por 82% da produção nacional.
A Anglo American, uma das maiores empresas de mineração do mundo, tem duas unidades de produção de níquel no Estado: a Codemin e o Projeto Barro Alto, em Niquelândia. A produção em 2021 foi de 41,7 mil toneladas e, para este ano, a estimativa da empresa é de 42 mil toneladas. Mas dependerá da pandemia, de operações e questões de mercado.
A maior parte do aço inoxidável contém cerca de 8% a 10% de níquel. Cerca de dois terços de todo o níquel refinado produzido é utilizado pela indústria de aço inoxidável. O restante é dividido na produção de outras ligas metálicas, baterias recarregáveis, reações de catálises, cunhagens de moedas, revestimentos metálicos e fundição.
Em relação ao cobre, Goiás é um dos principais produtores do Brasil, com uma produção bruta anual de 29,3 milhões de toneladas, em especial o município de Alto Horizonte. O cobalto, segundo o SIEEG, raramente vem de minas. Está associado a produções de níquel e cobre. Em Niquelândia, havia esse tipo de extração, mas está paralisada. Embora exista potencial no Nordeste Goiano, o lítio ainda não é processado no Estado.
É preciso investimento
O presidente do SIEEG, Luiz Vessani, afirma que, apesar do potencial, ainda não existem planos concretos para a produção de baterias em Goiás. “Devido aos padrões tecnológicos altíssimos, o Estado ainda não tem nada neste sentido. É importante frisar que o minério em si não é o bastante. Temos que olhar a mineração como uma escala até o produto final e, para esses componentes de baterias saírem, são diversas etapas e procedimentos. Isso tudo exige tecnologia e custos”, afirma.
Sobre o investimento e as possíveis indústrias, Vessani exalta a importância do incentivo à pesquisa. “As baterias seriam ótimas, pois os componentes permitem a produção não somente para carros elétricos. O primeiro passo seria incentivar a volta da produção de cobalto. Outro ponto seria o fomento às tecnologias de produção, com a criação de centros de inteligência para atrair a iniciativa privada”, frisou.
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