A diferença é que a inflação americana está em viés de forte alta, enquanto a do Brasil já começou desacelerar, embora também continue elevada.
A inflação nos Estados Unidos está em forte alta e já acumula 9,1% nos últimos 12 meses, medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). É a maior taxa oficial dos últimos 40 anos no país. Com isto, chega muito próximo da inflação oficial no Brasil, que está acumulada em 11,8% nos últimos 12 meses pelo IPCA. A diferença é que a inflação americana está em viés de forte alta, enquanto a do Brasil já começou desacelerar, embora também continue elevada.
A inflação americana bateu em 1,3% no mês passado, influenciada pelo aumento de preços nos alimentos e combustíveis, principalmente por conta da gasolina, cujo valor médio atingiu nível recorde no mês passado. Portanto, praticamente os mesmos motivos que elevaram o IPCA no Brasil.
Trata-se de um fenômeno mundial, causado inicialmente há dois anos pela pandemia da Covid-19 e potencializado neste ano pela guerra na Ucrânia. Entretanto, os impactos de uma inflação recorde nos EUA são maiores para a economia global.
O mercado avalia que haverá novo aumento na taxa de juros pelo Federal Reserve, banco central dos EUA. Especialistas preveem uma alta de 0,75 ponto percentual no final deste mês. O país iniciou seu ciclo atual de elevação de juros em março e desde então já foram realizadas três altas. A mais recente foi de 0,75 ponto percentual, a maior desde 1994.
Vale lembrar que o Brasil iniciou o aumento de suas taxas básicas de juros no ano passado para conter o aumento da inflação. A Taxa Selic já subiu por 11 meses consecutivos para até 13,25% ao ano. É a maior desde dezembro de 2016, quando o Brasil atravessava uma grave crise econômica e política.
Mas, o aumento nos juros nos EUA não atinge apenas a sua economia.
Grandes bancos internacionais já dão como certa a recessão na maior economia do mundo. O Bank of America estima uma retração na economia americana ainda este ano. O Deutsche Bank prevê uma recessão no país a partir de meados de 2023.
Uma recessão econômica nos EUA afeta praticamente todo o mundo, principalmente com uma menor demanda por importações. Mas alguns economistas afirmam que a retração americana poderá ser leve, puxada pela redução dos gastos com serviços e o recuo da demanda em meio à inflação alta.
Alguma recessão também já está no horizonte europeu. Ela só não foi acionada porque o Banco Central Europeu vem relutando em aumentar os juros para não afetar a economia do continente.