Restam apenas duas empresas brasileiras interessadas na aquisição da Enel Goiás, mas o valor pedido pela multinacional tem inviabilizado a negociação.
A EDP Brasil é uma das multinacionais que desistiram de comprar a Enel Goiás (antiga Celg-D). E nesta sexta-feira (29/7) revelou o motivo: após avaliar os ativos da distribuidora de energia elétrica no Estado, identificou riscos incompatíveis com seu modelo de gestão.
“Analisamos essa oportunidade e, no atual contexto do processo, declinamos e não temos interesse”, disse o diretor-presidente da EDP Brasil, João Marques da Cruz, ao Boadcast Energia, durante teleconferência de resultados do segundo trimestre deste ano.
O vice-presidente Luiz Otávio Henriques comentou que durante as análises, foram identificados riscos incompatíveis com o modelo de gestão da EDP, e que isso fez a empresa desistir de fazer uma oferta pela subsidiária do Grupo Enel. “A conclusão é que tem alguns riscos cujas ferramentas que temos não são as melhores para mitigação”, disse, sem entrar em maiores detalhes.
Com a desistência das multinacionais pelo potencial negócio, restaram apenas as brasileiras Equatorial e a Energisa ainda interessadas na aquisição da Enel Goiás.
A multinacional Enel tem encontrado dificuldade para encontrar um comprador para sua distribuidora em Goiás, uma vez que as principais empresas do setor elétrico avaliam o valor de R$ 10 bilhões pedido é elevado no contexto atual do mercado brasileiro.
Além disso, a concessionária de Goiás enfrenta uma série de dificuldades em relação à melhoria da qualidade dos serviços, apesar dos investimentos que os atuais controladores fizeram desde que adquiriram a empresa em leilão de privatização. A Enel Goiás tem também sofrido inúmeras críticas de políticos e empresários goianos e ainda existe a ameaça de perda da concessão federal, devido aos problemas apresentados pela companhia.