quarta-feira, 9 de outubro de 2024
Faturamento das pequenas e médias empresas desacelera

Faturamento das pequenas e médias empresas desacelera

O ambiente de negócios com inflação e juros altos prejudica a evolução do consumo e dos investimentos, o que se reflete diretamente nas pequenas e médias empresas brasileiras.

28 de agosto de 2022

Após crescimento acumulado de 3,5% no primeiro semestre do ano, os dados do Índice Omie de Desempenho Econômico das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras sinalizam desaquecimento da movimentação financeira real no início deste segundo semestre. Na análise de julho de 2022, o índice mostra que o faturamento das PMEs apresentou tímida expansão de 0,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco setores: agropecuário, comércio, indústria, infraestrutura e serviços.

Segundo o gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie, Felipe Beraldi, o desempenho recente configura uma desaceleração do mercado de PMEs. “O ambiente de negócios marcado por inflação pressionada e juros em alta prejudica a evolução do consumo e dos investimentos, o que se reflete diretamente na evolução das pequenas e médias empresas brasileiras”, avalia.

Setores mais afetados

A desaceleração acontece principalmente no setor de serviços, segmento que concentra a maior parcela de CNPJs ativos no país. De acordo com os dados do índice, em julho/22, houve retração de 4,5% da movimentação financeira real no setor de serviços na comparação com igual período do ano anterior, configurando o segundo mês de queda nessa base de comparação.

Dentre os onze subsegmentos que compõem o setor, seis mostram queda no último mês, com destaque negativo para atividades imobiliárias e atividades profissionais, científicas e técnicas. Além da retração verificada no setor de Serviços, também se observa resultados mais fracos recentemente no setor de infraestrutura, em que a movimentação financeira real em julho apresentou modesta retração de 0,3% na comparação anual.

O setor de comércio, que também detém importante participação no mercado de pequenas e médias empresas brasileiras, tem perdido fôlego nos últimos meses, em relação ao desempenho observado desde o último trimestre de 2021.

“Os dados corroboram o atual momento da economia brasileira. Apesar do otimismo trazido pelo maior controle da crise sanitária de covid-19, as condições para o consumo neste ano são bem mais adversas, com destaque para a intensa subida de juros promovida pelo Banco Central. Isto prejudica a tomada de crédito e dificultar a evolução do consumo da população. A forte subida dos preços na economia, sobretudo de itens básicos (como alimentos), também prejudica a evolução do Comércio, ao corroer o poder de compra das famílias”, analisa o especialista da Omie.

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