Empresa goiana desenvolve filtro solar vegano

A empresa Floê Cosméticos, de Caldas Novas, espera lançar em dezembro o filtro solar vegano feito com matéria-prima do Cerrado goiano. Mais precisamente os óleos de pequi, buriti e copaíba. O projeto de pesquisa é da farmacêutica Iriamar Costa Fernandes, de 37 anos, proprietária da Floê. Conforme ela, foi selecionado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e está em fase final dos testes de eficácia do produto.

Então serão realizados os testes clínicos e, finalmente, será submetido à avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para registro. Ademais, a empresa já possui um catálogo de cosméticos veganos para uso corporal como xampus, condicionadores, hidratantes e perfumes.

Ao EMPREENDER EM GOIÁS, Iriamar relatou que o produto provou ter viabilidade e ser bem estável. Por isso acredita que até dezembro deste ano, o filtro solar vegano do Cerrado terá obtido o registro e estará em condições de ser comercializado. Será uma retomada da Floê Cosméticos, cuja produção foi temporariamente suspensa para adaptações nas fórmulas dos produtos que já fabricava.

Tudo sob a supervisão de Iriamar, especialista em cosmetologia, biossegurança estética e cosmética pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Estamos trabalhando em parceria com o Senai para reestruturar as linhas de produtos”, anuncia a empresária. Ela acrescenta que essa mudança de estratégia foi definida há seis meses, quando a produção foi suspensa para as readequações.

Iriamar espera que o filtro solar se torne o grande chamariz da empresa. “Está ficando muito especial, com uma textura e um resultado sensorial muito agradável”, garante. Pelas características das matérias-primas, o produto oferecerá, além da foto-proteção, hidratação para a pele.

Potencial do Cerrado

Iriamar acredita que é toda uma cadeia de matérias-primas do Cerrado que precisa ser olhada com mais atenção. “Quanto mais se valoriza, melhor para quem pesquisa e produz”, diz. Quando se fala em pequi, por exemplo, a associação imediata é com a culinária. Mas as propriedades do fruto vão muito além.

No caso do desenvolvimento do filtro solar, cita a empresária, os óleos de pequi, buriti e copaíba foram escolhidos pelos benefícios para a pele. Há estudos comprovando que o buriti tem propriedades para clarear a pele e o pequi forma um filme não oclusivo, com textura apropriada.

O filtro solar será o primeiro dessa categoria no portfólio da empresa. Iriamar explica que se trata de uma fórmula muito mais complexa, que requer mais pesquisa em relação aos demais cosméticos, e tem uma legislação específica, porque extrapola o conceito de cuidados com estética.

“É um composto relacionado à saúde e isso é muito sério, é preciso ter certeza do que se está fazendo”, diz. Por esse motivo, além de participar do edital da Fapeg, ela buscou apoio no Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas de Goiás, que dispõe de laboratórios adequados para a realização de testes.

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