Fazer um empréstimo bancário está até 10% mais caro neste ano para as empresas no Brasil, mas não impediu o aumento de operações de crédito no País.
Fazer um empréstimo bancário está até 10% mais caro neste ano para as empresas no Brasil, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (28/9) pelo Banco Central (BC). Entretanto, isto não impediu o aumento de operações de crédito no País. Como se sabe, desde o ano passado o BC elevou significativamente os juros básicos brasileiros para conter a alta da inflação (saiba mais aqui).
A taxa média de juros das concessões de crédito alcançou 28,7% ao ano (a.a.) em agosto. É uma alta de 7,6 pontos porcentuais (p.p.) em 12 meses. A taxa média de juros do crédito livre atingiu 40,6% a.a. em agosto, aumento de 10,9 pontos em doze meses.
Nas novas operações de crédito pactuadas com empresas, a taxa média de juros atingiu 22,8% a.a., alta de 6,6 pontos. Nas novas concessões para as famílias, as taxas de juros atingiram 53,9% a.a., aumento de 13,4 pontos em um ano. Entre as principais modalidades de crédito destacaram-se o desconto de duplicatas e outros recebíveis, capital de giro com prazo superior a 365 dias e aquisição de veículos.
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do Sistema Financeiro Nacional, atingiu 21,0% a.a. em agosto. É uma alta de 3,5 pontos porcentuais em 12 meses.
Em agosto de 2022, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$14,3 trilhões (152,8% do PIB), crescimento de 10,4% no ano. Já o crédito ampliado às empresas atingiu R$ 4,9 trilhões (52,7% do PIB), alta de 12,6% em 12 meses.
O crédito ampliado às famílias alcançou R$ 3,3 trilhões em agosto passado, equivalente a 34,9% do PIB, um aumento de 19,5% em 12 meses. Por modalidades, destaques para cartão de crédito, crédito pessoal não consignado, crédito consignado para servidores públicos e para aposentados e pensionistas do INSS.
A inadimplência do crédito total do sistema financeiro, que considera os atrasos superiores a 90 dias, permaneceu estável em agosto, em 2,8%. O endividamento das famílias com o SFN alcançou 53,1% em julho, o que representou aumento de 5,1% em 12 meses. Já o comprometimento de renda situou-se em 28,6%.
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