A economia brasileira começou a emitir em agosto os primeiros sinais de arrefecimento, principalmente por conta dos juros altos.
A economia brasileira deve passar por um período de desaceleração nos próximos meses, segundo previsão divulgada nesta segunda-feira (17/10) pela Fieg. Motivo: impacto das sucessivas altas dos juros promovidas pelo Banco Central para conter a inflação no Brasil. De acordo com o trabalho de André Galhardo Fernandes, economista-chefe da Análise Econômica, a economia brasileira começou a emitir em agosto os primeiros sinais de arrefecimento. Apesar disto, o mercado ainda projeta crescimento de quase 3% para o PIB brasileiro neste ano.
A produção industrial e as vendas no comércio varejista recuaram 0,6% e 0,1% respectivamente, em agosto. Entretanto, o setor de serviços teve crescimento de 0,7%. O que afastou, momentaneamente, maiores impactos recessivos da alta dos juros sobre a economia.
A análise aponta que a indústria brasileira parece ter sentido o impacto de uma Selic muito mais elevada que no ano anterior. Além dos impactos de novos gargalos produtivos em função do acirramento da guerra na Ucrânia. O recuo de agosto foi o mais forte desde janeiro deste ano e é um sinal de alerta para eventual desaceleração da economia brasileira ainda este ano.
“Considerando o clima econômico externo adverso e as reiteradas tentativas do Banco Central de desacelerar a economia, espera-se por uma perda de ritmo da atividade econômica nos próximos meses”, afirma André Galhardo. Porém, a única coisa que ainda não está clara é quando esse arrefecimento passará a ser sentido de fato pelos brasileiros, frisa.
O aumento dos juros e a inflação têm peso tanto sobre a decisão de investimentos de empresários e de gastos dos consumidores. Por conta do crédito mais caro e produtos com preços mais altos. “A tendência de médio prazo é de diminuição no volume de negócios no Brasil. O principal motivo está relacionado ao atual patamar da taxa básica de juros e da intensificação dos problemas econômicos nos países desenvolvidos”, afirma André Galhardo.
“A nossa expectativa é de que com a arrefecimento do nível de produção nacional esfrie também o volume de crédito concedido às pessoas e empresas. Entretanto, o aumento do ritmo de produção nacional, promovido em parte pela injeção de recursos por parte do governo e em parte pela retomada do setor de serviços pós-pandemia, deve continuar pressionando a demanda por mais produtos financeiros no curto prazo, a despeito do sensível encarecimento do crédito no País”, diz o economista-chefe da Análise Econômica.
Saiba mais: PIB brasileiro interrompe trajetória de alta
Ninguém mencionou isso, mas para mim isso já é consequência do resultado do primeiro turno dando Lula à frente de Bolsonaro.
Se Bolsonaro não ganhar aí sim que a vaca vai pro brejo em pouco tempo.