domingo, 28 de abril de 2024
A pecuária goiana tem sofrido neste ano significativa queda no valor da arroba bovina. Por dois motivos principais: aumento do rebanho e queda do consumo no mercado interno. Entretanto, o mercado prevê uma recuperação gradual a partir deste último bimestre de 2022. Principalmente, com a redução da inflação e maior consumo de carnes, puxado pela Copa do Mundo e festas de fim de ano.
Nos últimos meses o preço do boi gordo em Goiás foi extremamente impactado pelos problemas político-econômicos e caiu cerca de 15%. Dessa maneira, desde o início deste ano, o comprador de reposição vê o poder de compra diminuir. Em Goiânia, o valor da arroba está na casa dos R$ 255,00.
De acordo com a Consultora em Gerenciamento de Riscos da StoneX, Marianne Tufani, o volume de animais de confinamento tende a reduzir e a oferta de gado pode começar a ficar escassa a partir de dezembro. “Podemos ter um avanço na demanda interna com a chegada das festividades e podemos ter um recuo na oferta de animais”, disse.
Para a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a razão para a queda no preço pago ao produtor ocorre em razão do baixo consumo interno. “Um aumento de fornecimento com baixa capacidade de compra faz um mercado interno fraco. Então, tivemos aí a arroba descendo de R$ 290 para menos de R$ 260”, afirmou Marcelo Penha, analista de Mercado Faeg.
Segundo o analista de Safras e Mercado, Fernando Henrique Iglesias, é possível que ocorra uma recuperação no mercado. “Existe uma expectativa de recuperação dos preços. Tem uma demanda que vai se aquecer, vai atingir o ápice. Tem uma série de eventos que vai acontecer que vai contribuir, como a Copa do Mundo, então vai aumentar o consumo”, prevê.
O governo de Goiás, por meio da Agrodefesa, iniciou na segunda-feira (1/11) a nova campanha de vacinação do rebanho bovino goiano contra a febre aftosa. A meta é imunizar cerca de 11 milhões de bovinos e bubalinos de zero a 24 meses. A campanha vai até o dia 30. O presidente da agência estadual, José Essado, ressalta a importância da manutenção da sanidade do rebanho goiano, segmento que gera milhares de empregos, renda e divisas para Goiás.
“Mais uma vez conclamo os pecuaristas para que vacinem os seus animais, a fim de mantermos Goiás com status de estado livre de aftosa com vacinação”, diz. Essado frisa que há 27 anos, o Estado não registra focos de aftosa. Isto é resultado do esforço do governo, das entidades dos produtores e dos próprios criadores, que cumprem as normas sanitárias fixadas pelo Serviço Veterinário Oficial.
Além da vacinação contra a aftosa, os pecuaristas precisam imunizar os bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos e ovinos também contra a raiva dos herbívoros em 121 municípios considerados de alto risco para a doença.
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