segunda-feira, 29 de abril de 2024
Recorde: energia solar cresce 56% só neste ano

Recorde: energia solar cresce 56% só neste ano

O Brasil alcançou 22 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte fotovoltaica, 10,8% da matriz elétrica do País.

28 de novembro de 2022

Expectativa é que a energia solar assuma em breve a segunda posição na matriz elétrica brasileira

O Brasil alcançou, em novembro, 22 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte fotovoltaica. Isto representa 10,8% da matriz elétrica do País. De janeiro a novembro deste ano, a energia solar registrou aumento de 56%. São números históricos e um reflexo da força do setor que segue num contínuo crescimento desde 2012. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

O resultado representa a soma das usinas de grande porte e o segmento de geração própria de energia – a mais representativa, inclusive. A expectativa é que, em breve, a energia solar ultrapasse a eólica (atualmente com 23,2 GW) e assuma a segunda posição na matriz elétrica brasileira, atrás apenas da fonte hídrica.

O Brasil iniciou o ano com 13,8 GW de potência instalada de energia solar e no último quadrimestre manteve um ritmo de crescimento de 1 GW por mês.

Para o CEO da Solar Vale, Thomas Knoch, o avanço da fonte fotovoltaica é uma tendência mundial. “O Brasil é um país privilegiado quando o assunto é presença do sol e não poderia ficar de fora dessa tendência. Também é muito importante que a nossa matriz se diversifique e a solar é a fonte sustentável mais acessível”, afirma.

Custo menor

Segundo o engenheiro Hilberto Santana, sócio da empresa goiana Sun Light, a significativa redução do custo de instalação de um sistema fotovoltaico também é um fator que tem incentivado o crescimento da energia solar no Brasil e em Goiás.

“O custo de implantação por quilowatts é proporcional ao tamanho da usina. Todavia, o valor médio de instalação é inferior a R$ 5 mil, independentemente de sua tipologia (telhado ou solo) ou se é residencial, comercial ou industrial”, afirma Santana.

O tempo médio de retorno é de cinco anos. “Temos várias linhas de financiamento para facilitar o investimento, como o FCO, com taxa de 6% ao ano em média. Nesta taxa, o pay back (retorno) pode ser alcançado em até três anos”, frisa o empresário.

Esse aumento expressivo da adesão à energia solar visto no último ano se deve muito aos incentivos financeiros para a instalação de painéis fotovoltaicos. E também a proximidade do fim do prazo para garantir a isenção até 2045 de encargos para o uso da rede de distribuição.

“Existe, sim, uma preocupação maior das empresas e dos próprios consumidores em aderir a uma energia mais limpa e mais barata. Mas a corrida pela adesão à fonte fotovoltaica que temos visto nos últimos meses se deve muito também a questão do Marco Legal da Geração Distribuída”, comenta Knoch.

Segundo a Absolar, na última década, a energia solar garantiu ao Brasil mais de R$ 114 bilhões em novos investimentos e mais de R$ 35,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. Também gerou mais de 660 mil empregos acumulados e evitou a emissão de 30,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de energia.

Saiba mais: Goiás é o quinto Estado em produção de energia solar

Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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