Apesar da alta, Bolsa perdeu para a poupança e inflação em 2022. Já o dólar acumulou a primeira queda depois de seis anos.
O ano encerra com alta acumulada de 4,69% do Ibovespa, índice referência do mercado acionário brasileiro. Encerrou o pregão de ontem (29/12), o último do ano, aos 109.734 pontos. Mas, marcado pela guerra na Ucrânia e pelas eleições presidenciais no Brasil, a Bolsa não conseguiu superar a inflação em 2022. Aliás, sequer a poupança (alta de 7,9% no ano). E ainda ficou abaixo do IPCA que, até novembro, acumula alta de 5,9%.
Entretanto, algumas ações tiveram forte valorização neste ano. A campeã foram as ações da Cielo, que subiram 140%, o melhor ano da companhia na Bolsa desde seu IPO. Entre os motivos que colaboraram para a alta expressiva estão a melhora operacional da companhia e o momento mais difícil para as fintechs concorrentes. Isto permitiu que a Cielo recuperasse o espaço de mercado perdido nos últimos anos.
Em um ano que o mercado global do petróleo teve sua volatilidade acentuada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o retorno foi positivo para a commodity e as ações das empresas do segmento acompanharam. Esse cenário ajuda a explicar a valorização de 80% nos papéis da Prio e 47,7% nas ações ordinárias da Petrobras.
Já as ações da BB Seguridade subiram 74,8%. Atuando em setores conservadores distintos, Assaí (valorização de 51,7%) e Hypera (65%) têm em comum o progresso dos aspectos operacionais.
Já o dólar teve em 2022 sua primeira baixa anual frente ao real em seis anos, fechando o último pregão do ano em R$ 5,27 reais na venda. No acumulado de 2022, a moeda norte-americana somou queda de 5,3%, a primeira desde 2016. o que coloca a performance da moeda brasileira entre as mais positivas frente ao dólar no ano. Boa parte das perdas veio no primeiro trimestre de 2022, quando o dólar caiu 14,5% frente ao real, maior tombo trimestral desde o período 2009.