segunda-feira, 29 de abril de 2024
Estudo alerta o brasileiro para o peso dos impostos. A carga tributária de itens consumidos no carnaval pode superar 80%.
A carga tributária de alguns itens normalmente consumidos durante o carnaval pode superar 80%. Segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a “mordida” chega a 81,9% no caso da cachaça. O peso dos impostos é um pouco (mas não muito) menor sobre a caipirinha (76,7%) e o chope (62,2%).
O estudo, que tem como base dados do Impostômetro, alerta o brasileiro para o peso dos impostos no dia a dia. A ideia é que antes de vestir a fantasia (que tem 36,4% de tributos embutidos no preço) e espalhar confetes (43,8%), o folião se previna de uma ressaca financeira.
Nem a cachaça, nem a caipirinha ou o chope são itens exclusivos do carnaval, é claro, mas outros produtos típicos, como confete e serpentina e biquíni com lantejoulas também têm tributação relevante. A carga do confete/serpentina é de 43,8% e do biquíni brilhante de 42,2%. O item com menor carga tributária da lista são os preservativos, com 18,3%.
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Em geral, itens típicos de carnaval são considerados supérfluos, como lembra Marcel Solimeo, economista da ACSP. Portanto, têm uma tributação mais elevada. Mas a mesma lógica que tributa o spray de espuma em 45,9%, também atinge o material escolar em igual proporção. “O fato é que o arranjo tributário brasileiro tende a onerar o consumo com maior intensidade, independentemente de o bem ou serviço ser de primeira necessidade ou completamente dispensável”, complementa.
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), 70% dos impostos estão ligados ao consumo e isso causa distorções sociais graves. Como os 43,9% de impostos de uma máscara de carnaval são os mesmos para qualquer consumidor, proporcionalmente à renda, o comprador pobre paga mais que o rico.
