BNDES amplia financiamento para usina de biogás em Goianésia

O BNDES vai conceder financiamento suplementar para a multinacional francesa Albioma Codora Energia implantar uma linha de produção de biogás na usina de Goianésia (GO). A operação, no valor de até R$ 11,8 milhões, juntamente com o financiamento original de R$ 13,3 milhões, vai aumentar a geração do biogás a partir da vinhaça. É o produto proveniente do licor de fermentação do álcool de cana-de-açúcar.

A modernização da usina ocorre no âmbito do Finem Fundo Clima, com os recursos do BNDES representando 83% do investimento total do projeto (R$ 30,4 milhões). A Albioma Codora iniciou a produção de energia com o bagaço da cana em 2011. Em 2015, incorporou a utilização da palha no processo.

Com o projeto, a vinhaça passa a ser mais um insumo para a geração de energia. A expectativa é que o projeto incremente a exportação de energia na usina de Goianésia em 22 GWh. Com isso, a produção total chegará a 200 GWh, sem aumento da capacidade instalada. A energia suplementar será destinada aos mercados regulado e livre.

A operação financiada pelo BNDES contempla serviços técnicos especializados, obras civis e instalações. Serão realizadas ações como terraplanagem, escavação de tanques para vinhaça, construção de prédio, arruamento e bases para instalações. Os equipamentos, por sua vez, incluem bombas de abastecimento e recirculação, secador, queimador de biogás, itens de laboratório, flare, separador de espuma, válvulas dentre outros.

Energia limpa

A produção de eletricidade e biometano é considerada energia limpa, pois reduz a emissão do metano orgânico e do gás carbônico na atmosfera. O biometano emite 85% menos gases de efeito estufa do que o diesel, por exemplo. Isso faz com que esse biocombustível tenha uma das menores pegadas de carbono, o que o posiciona como um produto importante na nova matriz energética sustentável. O baixo impacto climático torna lucrativa a atividade de processar resíduos.

Com o início das operações em 2011 em Goiás, a usina de cogeração Codora Energia está em anexo a uma destilaria do grupo Jalles Machado. Em 2015, ao ter 65% do capital adquirido pela Albioma, possuía uma capacidade instalada de 48 MW, o que lhe permitia exportar 98 GWh por ano na rede elétrica. Em 2018, a inclusão de uma terceira turbina a vapor aumentou essa capacidade para 68 MW.

Como parte da parceria com a Jalles Machado, mais de 500 mil toneladas de bagaço são utilizadas para produzir vapor de baixa pressão e 173 GWh de energia elétrica. Fora dos períodos de safra de cana-de-açúcar, a Albioma Codora Energia é alimentada por outras fontes de biomassa local, como a palha de cana ou lascas de madeira, o que permite garantir seu desempenho.

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